Por onde passa, Bianca Andrade, a Boca Rosa, espalha carisma. Ela foi uma das palestrantes do primeiro dia do FIRE FESTIVAL, nesta quinta-feira (24/8), no Expominas, região Centro-Sul de Belo Horizonte. Em cima do principal palco do evento, a empresária falou de como foi se transformar em uma mulher de negócios depois de já ter uma carreira consolidada como criadora de conteúdo.
Bianca foi uma das primeiras youtubers no segmento de beleza e maquiagem no Brasil. Também é uma das pioneiras a ter uma linha de maquiagem com seu nome: a Boca Rosa Beauty, criada em parceria com a Payot em 2018. Cinco anos depois, é inegável que a empresa já conquistou sua fatia de mercado. Mas, curiosamente, ela não fez nenhum lançamento em 2023.
A carioca explica que isso foi feito de caso pensado, já que ela está focada no lado social de seu trabalho. “Eu pretendo abrir mais marcas, mas não este ano. Porque em 2023, tenho focado muito no meu lado social, no meu propósito. Eu fui criada na favela do Rio de Janeiro, na Favela da Maré. Então, este ano eu consegui parar um pouquinho essa loucura de lançamento e focar na Bianca da Maré, na Bianca de 16 anos, no que ela pode devolver hoje para as mulheres da comunidade e quem eu sou também como uma comunicadora social, né? É o meu projeto Boca Rosa Academy”, apontou.
Mas ela prepara um retorno triunfal. “Este ano não tem lançamento, mas ano que vem a marketeira vai voltar. Eu vou divertir vocês”, revelou. Bianca também acabou de lançar uma linha de óculos de sol, em parceria com a Chilli Beans.
Internet e economia
Bianca é uma das 100 palestrantes que participam da oitava edição do FIRE FESTIVAL, evento produzido pela Hotmart. Ao todo, mais de oito mil pessoas devem participar das atividades que vão até o próximo sábado.
O espaço é dividido em cinco palcos, com atividades simultâneas, além de estandes e ativações de marca, praça de alimentação e muito espaço para networking. Os participantes também contam com áreas de lazer, coworking, locais para relaxar e para fazer aquela foto bonita para as redes sociais. Esses cenários ajudam a deixar a imersão no mundo do marketing ainda mais criativa.
O CEO da Hotmart, João Pedro Resende, comemora o sucesso do evento, que vendeu todos os ingressos. “A gente começou há 7 anos atrás, né? Teve uma edição digital também, que foi o On Fire, mas esta é a sétima edição presencial. O evento começou com 1.000 pessoas. Hoje, cerca de 8.000 pessoas. A gente está bem animado, acho que foi um evento que o público realmente abraçou e está vendo crescer junto com a nossa evolução, tanto da empresa, quanto do próprio mercado”, avalia.
O FIRE FESTIVAL discute inovações em marketing digital, creator economy, empreendedorismo na internet e criação de conteúdo. Assuntos que reúnem técnica e espontaneidade, além de estarem em alta no mercado brasileiro.
Além de aprender, o evento também descobre talentos. João Pedro Resende conta que alguns dos palestrantes já estiveram na plateia. “É muito legal, porque muita gente que está no palco hoje palestrando começou, inclusive pela primeira vez teve contato com esse mundo, aqui no FIRE. E gente que tomou rumos diferentes, não só se tornaram empreendedores, mas, por exemplo a Natália Cavalieri que é gerente da Hotmartt, começou na plateia do FIRE. Foi contratada cresceu. É um evento que faz muitas conexões, abre muitas portas e abre principalmente a cabeça das pessoas”, pontua.
Representatividade
Outra celebridade que compartilhou seus conhecimentos no evento foi a cantora Iza. Além de falar como fez do seu trabalho uma marca capaz de chamar atenção de outras empresas, a dona do hit ‘Pesadão’ contou como o investimento em sua educação a blindou de diversas dificuldades. “Passei por inúmeras dificuldades, por inúmeras barreiras. Isso é verdade, mas aí eu estou falando da mesma perspectiva, de onde eu vim. A educação foi definitiva para minha vida. A minha mãe é professora e meu pai é militar. A palavra lá em casa era disciplina. Desde pequena, aprendi o valor que a educação tem poder escolher o que eu quisesse. Enquanto mulher preta, a educação me blindava de muita coisa”, contou.
Ela também falou sobre a questão da relatividade e quais os desafios meninas negras encontram para seguir seus sonhos. “A gente tem que se ver em todos os lugares. Você precisa sim se ver nos lugares para pensar eu posso fazer isso também. É importante que você consiga se ver nessas coisas antes mesmo de querer as coisas. Você precisa entender que é possível, ainda que seja difícil, porque é difícil”, declarou.
Iza ainda revelou que se ver como uma inspiração é algo que traz pressão. “Tudo isso me traz muita coisa boa, mas eu preciso também entender que a minha palavra tem impacto na vida das pessoas que me acompanham. Então eu preciso estar atenta a isso, à importância que a representatividade tem, porém, como uma mulher preta, pelas minhas ancestrais, eu tenho que relaxar”, ponderou.
A programação também contou com Marcos Piangers, Giovanna Ferrarezi, Victor Damásio e Micha Menezes.
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