Fachada do prédio onde fica a sede da 123 Milhas

123 Milhas cancelou os pacotes promocionais e agora entrou com pedido de recuperação judicial

Gladyston Rodrigues/EM/DA. Press
O 1ª Vara Empresarial de Belo Horizonte, do Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG), aprovou, na tarde desta quinta-feira (31/8), o pedido de recuperação judicial da 123 Milhas. Na decisão, a Justiça determina que a empresa apresente planilha de credores em formato editável em até 48 horas. 

Na última terça (29), a agência de viagens entrou com o pedido na 1ª Vara Empresarial da Comarca de Belo Horizonte, em Minas Gerais, alegando ter dívidas de R$ 2,3 bilhões. No documento de recuperação, estavam incluídos o CNPJ da empresa e das empresas Art Viagens, que previa a emissão de passagens por milhas, e a Novum, holding com 100% do capital da agência.

Na decisão, a juíza Claudia Helena Batista determinou que os escritórios nomeados para auxiliar na ação viabilizem a implantação de uma plataforma exclusiva para a recuperação judicial contendo aba de atendimento dos credores/consumidores, centralização do planejamento e desenvolvimento da recuperação no prazo de 30 dias.

A juíza definiu ainda quem serão os administradores da recuperação judicial, incluiu órgãos de defesa do consumidor para fazer parte do processo como amicus curiae (amigos da corte) e solicitou a empresas detentoras de cadastro de inadimplentes "a suspensão dos apontamentos relativos aos débitos existentes até a data da distribuição da presente ação, 29/08/2023".

 

Com a aceitação do pedido de recuperação judicial, a companhia consegue evitar a cobrança de dívidas e ganha tempo para organizar um plano de pagamento. A empresa pede a suspensão pelo prazo de 180 dias de ações de credores e consumidores que tenham ido à Justiça após a interrupção de serviços.


A Justiça determina ainda que a empresa coloque em sigilo nomes e dados de credores para proteção dos dados pessoais, conforme determina a lei.

 

O pedido de recuperação judicial é assinado por advogados dos escritórios TWK e Bernardo Bicalho. Entre as justificativas apresentadas pela companhia, a defesa capitaneada pelo advogado Joel Luis Thomaz Bastos destaca os postos de trabalho gerados pelas duas empresas - 427, no total -, além de "centenas de empregos indiretos".

 

A lista de credores da 123milhas reúne os próprios donos -os irmãos Augusto Julio e Ramiro Julio Soares Madureira-, centenas de pequenos hotéis e pousadas em diversas regiões do Brasil, agências de turismo, bancos e o Google. Cerca de R$ 15 milhões são dívidas trabalhistas e R$ 92 milhões com micro ou pequenas empresas. 
(Com informações da Folhapress)