Samila Pinheiro, fundadora do Dindin da Mila

Os dados inéditos foram divulgados em apresentação na sede da Confederação Nacional da Indústria (CNI)

(Roberto Fonseca/ CB/D.APress)
O impacto econômico gerado pelo uso das plataformas do Google em 2022 foi de R$ 153 bilhões, segundo anunciou a empresa em evento nesta quinta-feira (14/9), em Brasília. Os dados inéditos, divulgados em apresentação na sede da Confederação Nacional da Indústria (CNI), englobam o valor gerado por meio de Busca, Google Ads, AdSense, Play, Google Cloud e YouTube, por organizações de todo o país.

 

Pela primeira vez, o Google divulga o impacto também segmentado por região do Brasil. Foram R$ 75,8 bilhões no Sudeste; R$ 27,5 bilhões no Sul; R$ 26,4 bilhões no Nordeste; R$ 14,4 bilhões no Centro-Oeste; e R$ 9,2 bilhões no Norte. Os dados se unem aos divulgados pela empresa no Google for Brasil, evento realizado em junho. O relatório foi produzido pela consultoria global Access Partnership.

 

“Os nossos produtos podem transformar os negócios desde o pequeno empresário até as grandes marcas. Engloba de uma boleira em Taguatinga até o conglomerado de uma varejista. E os números que apresentamos hoje foram acelerados pela pandemia, quando 11 milhões de brasileiros fizeram, pela primeira vez, uma compra pela internet”, comenta o head de Negócios Governamentais do Google, Cassio Brandão.

 

 

 

 

O relatório estima, ainda, o impacto positivo do ecossistema de desenvolvedores de aplicativos para o sistema operacional Android. No período pesquisado, a loja de aplicativos Google Play gerou R$ 4 bilhões em receita para os desenvolvedores. O número de empregos gerados para atender a esse mercado é estimado em mais de 238 mil.

 

Uma das apostas da companhia para os próximos anos, o Google Cloud, divisão de computação em nuvem do Google, ofereceu soluções que geraram R$ 883 milhões na forma de ganhos de eficiência no Brasil. O Google Workspace, por sua vez, gerou R$ 31 bilhões em benefícios para os brasileiros segundo a estimativa do relatório.

 

A plataforma reúne ferramentas colaborativas e de produtividade como o Drive, o Fotos e o Docs. O impacto é mensurado pelo cálculo da otimização do tempo gasto para realizar tarefas: representou uma economia de 264 horas por ano, o equivalente a 33 dias de trabalho.

 

“Foram investidos R$ 1,6 bilhão em tecnologia em nuvem no Brasil nos últimos 10 anos e os resultados estão aparecendo. É a primeira vez que divulgamos esses dados e temos a certeza de que teremos um crescimento expressivo nos próximos anos”, avalia o diretor de Vendas do Google Cloud para o setor público na América Latina, Milton Burguese. 

 

Em um dos casos de sucesso apresentados sobre o crescimento de pequenos negócios pelo uso das plataformas digitais está o do Dindin da Mila, criado pela empreendedora Samila Pinheiro, de Manaus. Depois de criar o perfil da empresa no Google, dando destaque aos produtos oferecidos, ao telefone para pedidos e colocando o endereço da loja com link para a Google Maps, ela conta que percebeu um aumento da credibilidade da empresa e, com isso, um aumento expressivo nas vendas.

 

“Hoje, vendemos 5 mil geladinhos por mês para uma média de 600 consumidores mensais. Nos tornamos uma referência em Manaus. As pessoas hoje me encontram, sabem que sou real. Os empreendedores precisam usar e abusar das ferramentas digitais oferecidas”, aconselha Samila.

A força do agro no Centro-Oeste

O destaque dos R$ 14,4 bilhões de impacto econômico gerado na região Centro-Oeste fica com o setor agropecuário. O aumento do uso de ferramentas tecnológicas no campo tem relação direta com essa análise. Ferramentas como o Google Cloud contribuem para o avanço na adoção de sistemas produtivos sustentáveis.

 

Um dos exemplos é o uso do blockchain na cadeia produtiva de alimentos. A empresa uisa é parceira do Google Cloud e implementa a estratégia nos processos da cadeia bioprodutiva de açúcar demerara.

Como funciona a pesquisa

A consultoria global Access Partnership foi contratada pelo Google para produzir o relatório. Os números são calculados a partir de informações públicas combinadas a uma metodologia que estima os benefícios econômicos gerados pelo Google.

 

O cálculo, segundo a big tech, envolve o retorno de investimento gerado aos anunciantes ao fazer campanhas de publicidade em plataformas do Google, a receita compartilhada pelo Google com editores, desenvolvedores, criadores de conteúdo e o ganho de receita pelas organizações brasileiras a partir do uso da nuvem.