Setor de vestuário e calçados tem a maior perspectiva de contar com funcionários a mais para os últimos meses deste ano

Setor de vestuário e calçados tem a maior perspectiva de contar com funcionários a mais para os últimos meses deste ano

Túlio Santos/EM/D.A Press - 17/10/22

Com a expectativa de aumento nas vendas durante as festas de final de ano, a tendência é que os comerciantes se preparem contratando funcionários temporários. Segundo uma pesquisa da Federação do Comércio de Minas Gerais (Fecomércio-MG), divulgada na sexta-feira, no entanto, apenas 17% do setor no estado devem contar com a ajuda extra para aquele que é historicamente o melhor período para os varejistas. O número corresponde a menos de um quinto dos comerciantes do estado. Dos que planejam contratar, 39,1% devem contar com pelo menos dois novos funcionários, diz o levantamento da Fecomércio-MG.

Por outro lado, mesmo com a proximidade de datas importantes como a “Black Friday” e o “Natal”, a grande maioria dos empresários ainda não tem a intenção de contratar temporários para o fim de ano. Ao todo, 80,1% dos lojistas não devem contar com novos funcionários, isso porque a maioria espera um movimento insuficiente nas lojas (38,2%), ou acredita ter uma equipe que comporta o aumento do fluxo de clientes (21,7%). Dos entrevistados, 2,9% não souberam responder.

Segundo Gabriela Martins, economista da Fecomércio-MG, a contratação de temporários oferece uma flexibilidade para os empresários se adaptarem às flutuações da demanda. A pesquisa ainda aponta para um crescimento em 2,3% da perspectiva de contratação, em relação ao ano de 2022. “Essa é uma surpresa positiva, tendo em vista o baixo índice de desemprego do estado (5,8%), o que aponta para um mercado de trabalho já aquecido”, disse a economista.

O presidente em exercício do Sindicato dos Lojistas de Belo Horizonte (Sindilojas-BH), Salvador Ohana, expressou otimismo quanto à contratação temporária de profissionais. “Com a falta de mão de obra fixa, profissionais com a qualificação necessária, o empresário parte para mão de obra temporária. Primeiro porque ele vai precisar para novembro e dezembro, segundo porque ele precisa suprir algumas vagas”, disse.

Entre as empresas que pretendem contratar temporários, 80,3% oferecem vagas para uma função, e 16,7% para duas. A tendência é que 50% dos profissionais sejam alocados em vagas de “vendedores”, 30,3% em “atendentes”, 16,67% em operadores de caixa, além de 13,64% de estoquistas.

A pesquisa também aponta para o percentual de contratação por segmento. Entre as empresas entrevistadas, o setor de vestuário e calçados se destaca com o maior percentual na perspectiva de contratação, com 57,6% de respostas positivas, seguido por “Supermercados, hipermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo”, com 10,6%. Já entre as empresas com a menor adesão à contratação de temporários estão as de “móveis e eletrodomésticos”, “material de construção”, “equipamentos e materiais para escritório, informática e comunicação”, todos com 1,5%.

Empresário do ramo de moda masculina, CEO da Klaus Alfaiataria, Ohana ainda destaca que hoje o grande problema no comércio está ainda no baixo consumo das classes médias e baixas. “Elas estão um pouco retraídas. Estão consumindo na necessidade real, porque as pessoas estão endividadas ou com medo de gastar. Muitas vezes, dentro do orçamento, essas pessoas já incluíram as viagens, matrícula dos filhos. Estão mais conscientes”, pontua.

Efetivação

 
Outro aspecto de destaque do levantamento da Fecomércio MG é que, entre as empresas que pretendem contratar temporários, a chance de efetivação é “muito alta” ou “alta” para 44,2%. “Tem dois tipos de mão de obra temporária: a pessoa quer fazer um caixa e viajar, tipo estudantes; e tem a pessoa que tenta uma vaga no varejo, tenta se esmerar o máximo para poder ser contratado depois”, destaca Salvador Ohana.

Pelo levantamento, 53,6% das empresas ainda indicaram que, caso haja a efetivação do temporário para os quadros fixos, isso deve ocorrer ainda em janeiro, logo após as festas de fim de ano. O levantamento foi realizado por “survey telefônico” com 385 estabelecimentos do comércio de Belo Horizonte, Betim, Contagem e Uberlândia, com uma confiança de 95%.
 

Gasolina em BH

 
O preço médio da gasolina caiu R$ 0,03 por litro na Grande BH, depois da redução anunciada pela Petrobras no sábado, quando a estatal reduziu o valor médio em R$ 0,12 e passou para R$ 2,81 no valor vendido às distribuidoras. A pesquisa é do site MercadoMineiro, que realizou, entre os dias 19 a 22 de outubro, um levantamento de preços dos principais combustíveis, sendo consultados 200 postos de Belo Horizonte e Região Metropolitana. O preço médio da gasolina comum caiu 0,59% ou R$ 0,03 por litro. Em 3 de outubro, o litro era vendido a R$ 5,54 e, atualmente, está em R$ 5,51. O menor preço encontrado da gasolina comum foi R$ 5,12 e o maior R$ 6,29, variação de 22,85%. A Reportagem do Estado de Minas foi aos postos de Belo Horizonte para verificar a redução do preço do combustível. No posto Leste, na Avenida dos Andradas, no Santa Efigênia, Região Centro-Sul, o preço da gasolina abaixou R$ 0,10, passou de R$ 5,49 para R$ 5,39. No posto Quick, na Avenida Teresa Cristina, Região Noroeste, a redução foi de apenas R$ 0,03,  de R$ 5,17 para R$ 5,14. Também na Teresa Cristina, o posto Júpiter teve redução de R$ 5,14 para R$ 5,12, queda de R$ 0,02.