O Ministério da Fazenda abriu, nesta sexta-feira (27/10), um chamado público de 30 dias para que empresas possam manifestar interesse em atuar no mercado brasileiro das apostas esportivas.
A intenção da pasta é conseguir ter uma dimensão mais precisa da possível quantidades de operadores do setor, que atualmente aguarda regulamentação -atualmente, o projeto de lei sobre o tema está no Senado e há a expectativa que ele seja aprovado ainda neste ano.
A comunicação prévia não obriga a empresa a efetivar a participação uma vez que o setor seja regulamentado, nem impede que quem não se pronunciou venha a atuar.
A portaria desta sexta também determina parâmetros gerais para o funcionamento do mercado brasileiro de apostas de alíquota fixa, as apostas esportivas.
Por exemplo, determina que as operadoras, mesmo que estrangeiras, sejam estabelecidas no país, tenham uma estrutura de governança e de prevenção a manipulação de resultados. Também impede que as empresas tenham como sócios ou dirigentes membros de SAFs ou clubes profissionais.
A portaria ainda obriga que sejam feitas campanhas de prevenção ao vício nas apostas e veda, por exemplo, que campanhas de publicidade "apresentem a aposta como socialmente atraente ou contenham afirmações de celebridades ou influenciadores digitais que sugiram que o jogo contribui para o êxito pessoal ou social, ou melhoria das condições financeiras".A Fazenda também definiu que as operadoras devem comunicar ao Coaf (Conselho de Controle de Atividades Financeiras) indícios de fraude.
No início deste ano, o Ministério Público de Goiás descobriu uma organização criminosa que atuava com apostas esportivas, manipulando resultados de partidas do Campeonato Brasileiro e aliciando jogadores de diversos clubes.
O projeto de lei aprovado na Câmara para o setor estabelece que as empresas do setor serão taxadas em 18% de sua receita. O Senado, no entanto, estuda alterar este valor.
No Congresso, os deputados também alteraram a distribuição da arrecadação, turbinando as verbas repassadas para duas pastas cedidas pelo governo Lula (PT) ao centrão, Esporte e Turismo, e diminuindo o montante destinado à área social.
Também há discussões sobre incluir a CBF (Confederação Brasileira de Futebol) no rateio, ou a PF (Polícia Federal).
Também foi incluída uma brecha para que cassinos online e outros jogos de azar virtuais sejam consideradas apostas de alíquota fixa e possam atuar no Brasil --hoje, a atividade é proibida.
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