Professores da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) vão promover uma greve nesta quarta e quinta-feira (2 e 3) em protesto aos cortes orçamentários realizados pelo Ministério da Educação. O movimento foi aprovado pela categoria em assembleia realizada na quinta passada (26).
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O ato público está marcado para quinta-feira, quando a concentração acontece a partir das 17h, na Praça Afonso Arinos (encontro das avenidas Augusto de Lima e João Pinheiro), em frente a Faculdade de Direito da UFMG, Hipercentro de BH.
De acordo com o Sindicato dos Professores de Universidades Federais de Belo Horizonte, Montes Claros e Ouro Branco (Apubh), as instituições de ensino superior vivem “risco agudo de colapso”.
Também ressalta os cortes nos orçamentos da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Minas Gerais (Fapemig), do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes). Tal condição, segundo o sindicato, “talentos para a ciência e a pesquisa estão sendo obrigados a deixar o Brasil”.
A categoria também reclama dos cortes salariais sofridos por professores da UFMG. Além da possibilidade de cortes ainda mais amplos na Educação Superior, conforme apresentado no Projeto de Lei Orçamentária Anual (Ploa) 2020.
Histórico
No último dia 4, a UFMG informou que entrava em setembro com o caixa em estado crítico. A universidade sofreu cortes de R$ 64,5 milhões no orçamento previsto pela Lei Orçamentária Anual (LOA).
Pela LOA, a UFMG receberia R$ 215 milhões em 2019, valor que só havia sido corrigido pela inflação na comparação com os recursos de 2018.
Nesta segunda, contudo, o ministro da Educação, Abraham Weintraub, e a secretária-adjunta Executiva, Maria Fernanda Bittencourt, informaram o desbloqueio de R$ 1,990 bilhão, verba que havia sido contingenciada em abril pelo Ministério da Educação (MEC).
Segundo o ministro, está sendo descontingenciado mais de 1/3 do valor da pasta que estava congelado. "A volta é fruto da recuperação econômica, fruto da geração de emprego. Não teve falta de luz, não teve hospital universitário que fechou. Houve desconforto, mas houve aprendizado", salientou. As universidades federais receberão 58% desse valor, R$ 1,156 bilhão.
Do total de recursos para a educação, cerca de R$ 3,8 bilhões seguem bloqueados. O ministro informou que anunciará outro descontingenciamento no final de outubro, no entanto, não falou em valores.
Com informações de Márcia Maria Cruz e Junia Oliveira