O ministro da Educação, Abraham Weintraub defende mudanças mais duras no Exame Nacional de Desempenho dos Estudantes (Enade), como a punição dos estudantes que tiveram baixo desempenho. “Uma pessoa que faz a prova e acerta 10% das questões não deveria se formar”, diz. Mas, segundo ele, isso ainda precisa ser discutido.
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Somente 6% dos 8,5 mil cursos avaliados no Enade 2018 tiraram nota máximaWeintraub diz que vai 'atrás da zebra gorda': professores com salário altoFaltam 30 dias para o Enem 2019 e ainda dá tempo para se prepararMEC antecipa resultados do Enade 2019UFMG consegue desbloqueio de parte da verba cortada pelo MECDe acordo com os dados divulgados hoje (4) pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), a média geral das notas dos estudantes da maior parte dos cursos avaliados foi menor que 50 pontos, em uma escala que vai até 100.
Com base nas notas dos alunos é calculado o chamado Conceito Enade, que classifica os cursos em uma escala de 1 a 5, sendo 5 a nota máxima. Em 2018, apenas 492 cursos superiores tiraram a nota máxima no Enade. Esses cursos correspondem a cerca de 5,8% do total de 8.520 que tiveram o desempenho divulgado.
O Inep estuda mudar o edital do Enade no ano que vem para divulgar os nomes dos estudantes que tiveram os melhores desempenhos no exame. A intenção é tornar público apenas os nomes daqueles que acertaram mais de 60% da prova. Não será divulgada a nota específica, mas a faixa de acertos.
“A gente quer divulgar quem foram os alunos que tiveram melhor resultado por curso como forma de incentivo para que ele busque ficar entre os melhores, para colocar isso no currículo”, diz o presidente do Inep, Alexandre Ribeiro Lopes.
Atualmente, apenas os próprios estudantes têm acesso às notas individuais. A intenção é divulgar os estudantes com melhores desempenho por faixa, ou seja, por exemplo, aqueles que acertaram de 60% a 80% da prova e aqueles que acertaram entre 80% e 100% da avaliação.
A divulgação das melhores faixas de desempenho servirá para estimular os estudantes a “levar a sério a prova”, segundo o ministro Abraham Weintraub. A medida ainda está em fase de estudo pela pasta e, segundo o ministro, será debatida com os agentes envolvidos antes que a decisão seja tomada.