(none) || (none)
UAI
Publicidade

Estado de Minas REDE ESTADUAL

Ensino médio estadual terá mais vagas de tempo integral e novo modelo em Minas

Grupo de 28 mil alunos poderá acessar, em 2020, grade mais flexível, adicionada à base comum e obrigatória, com cursos profissionalizantes e técnicos, anuncia a Secretaria de Educação


17/10/2019 06:00 - atualizado 17/10/2019 07:51

A subsecretária de Educação Básica, Geniana Guimarães, e a titular da pasta, Júlia Sant'Anna, anunciaram ampliação de vagas em tempo integral e novo modelo de escola
A subsecretária de Educação Básica, Geniana Guimarães, e a titular da pasta, Júlia Sant'Anna, anunciaram ampliação de vagas em tempo integral e novo modelo de escola (foto: Eric Abreu/SEE/Divulgação)


Minas Gerais está ampliando a oferta de turmas em tempo integral e implementando um novo modelo na matriz curricular da última etapa da educação básica como aposta para deixar de lado uma posição nada confortável no ranking da educação nacional. A partir do início do ano que vem, estudantes do 1º ano do ensino médio terão uma grade mais flexível, que contempla a base comum e obrigatória, mas também a possibilidade de novos percursos de aprendizado. Poderão escolher aquilo que faz sentido para seu itinerário escolar e de vida, incluindo formação técnica e profissionalizante . Para tanto, a carga horária aumenta e passa para 9 horas . Mas as mudanças são ainda muito incipientes face à realidade das salas de aula. Vão contemplar apenas 4,4% dos alunos do ensino médio . Ou seja, para a maior parte das matrículas nessa etapa na rede mineira resta o desafio de também ofertar uma estrutura capaz de frear o crescimento das taxas de abandono e tirar o estado do segundo lugar entre as unidades da Federação com o maior percentual de reprovação nos últimos quatro anos. No ensino fundamental, vagas do programa cortadas no início do ano devem ser retomadas também no ano que vem.

As mudanças, válidas a partir do início do próximo ano letivo, vão contemplar estudantes do 1º ano de algumas turmas, que experimentarão o novo ensino médio. A rede estadual terá cerca de 28 mil alunos dessa etapa escolar na educação integral, em 281 escolas , nas 47 superintendências regionais de ensino (SRE). Atualmente, são 12 mil alunos de 78 colégios. Do total a ser ofertado, 167 escolas (mais de 12 mil vagas) terão o ensino regular e as outras 36 (4 mil vagas), o integral profissionalizante. Foram priorizadas escolas com maior vulnerabilidade e municípios sem oferta de educação integral no ensino médio – a lista dos colégios ainda está sendo fechada. De acordo com a Secretaria de Estado de Educação (SEE), pela primeira vez, a oferta de cursos foi determinada pela demanda de empregabilidade regional. Ao todo, são 18 opções de cursos técnicos , entre eles, desenvolvimento de sistemas, que será oferecido em seis municípios estratégicos para suprir a demanda por programadores e desenvolvedores de sistemas.

Estreia


É nesse cenário que será implantado, para esses 28 mil alunos, o novo ensino médio , formado pelas quatro áreas do conhecimento (linguagens e códigos, ciências da natureza, ciências humanas e matemática) mais o ensino profissionalizante. “No novo ensino médio, o estudante é protagonista do seu aprendizado”, destacou ontem a secretária de estado de Educação, Júlia Sant'Anna. A formação técnica entra como o quinto itinerário formativo, ao lado dos conteúdos previstos na Base Nacional Comum Curricular (BNCC). No ensino médio integral regular, são levados em conta o projeto de vida do adolescente (identificação de quais seriam seus interesses em relação ao futuro), o protagonismo e o aprofundamento acadêmico. No integral profissional, foi feito o diagnóstico de setores produtivos, empregabilidade e a diversificação de ofertas .

O ensino profissionalizante também tem seus diferenciais. Os cursos técnicos serão ministrados em 800 horas, no período de 18 meses, em 29 escolas. Os de formação inicial continuada (FIC), relacionados a turismo ou cultura, têm 160 horas em seis meses, e ocorrerão em 113 estabelecimentos de ensino. Ambos podem ser feitos concomitantemente ao ensino médio ou depois dele . Atendendo a demanda de municípios, o curso normal terá 6,4 mil vagas para a formação de profissionais voltados para a educação infantil. Eles serão ministrados em 1,6 mil horas em 18 meses.

Também não haverá mais turno e contraturno . As escolas vão organizar as disciplinas da base comum e as diferenciadas de acordo com sua realidade. Elas também vão oferecer disciplinas eletivas a alunos do 1º, 2º ou 3º ano. “O cardápio de cursos será discutido por nós com cada escola e ofertado a elas”, explicou Júlia. “Com mais tempo para estudar, o aluno poderá fazer as escolhas dele, inclusive para seu futuro imediato. Serão geradas opções de disciplinas eletivas e no projeto de vida, poderão planejar bem a sua trajetória ao longo dos três anos.”

Quadro preocupante


A nova proposta tem por trás dados preocupantes. De 2014 a 2018, Minas Gerais foi o segundo estado com o maior crescimento da taxa de reprovação , que ficou em 11,5%. E o único a registrar crescimento no percentual de abandono (3,5%). Além disso, tem uma meta a cumprir até 2024, da qual está ainda muito longe. De acordo com o Plano Nacional de Educação (PNE), o Brasil tem que oferecer em, no mínimo, 50% das escolas públicas, de forma a atender, pelo menos, 25% dos alunos da educação básica.

A rede estadual de educação tem mais de 2,3 mil escolas com ensino médio e mais de 634 mil estudantes matriculados nessa etapa . Mesmo com a ampliação do tempo integral, 4,4% dos alunos e 12% das escolas terão acesso ao programa, considerado um impulsionador da educação brasileira. A secretária Júlia Sant’Anna disse que é preciso dar um passo de cada vez, mas disse estar otimista no cumprimento da meta. A subsecretária de Estado de Educação Básica, Geniana Guimarães Faria, destacou que o compromisso é mostrar aos jovens por que é importante estar numa escola em tempo integral , ao ser questionada sobre como alcançar ainda milhares de alunos. “Por isso, o abandono e a reprovação. Os estudantes não viam sentido na escola. Oferecer uma matriz em que ele veja sentido em estar 9 horas na escola muda a perspectiva”, afirmou.

Fundamental


No início do ano, a educação em tempo integral sofreu um duro golpe em Minas. O governo reduziu de 1.640 para apenas 500 (de um total de 3.612 colégios estaduais) o número de escolas de ensino fundamental com carga horária estendida. O atendimento a 111.528 alunos foi reduzido para cerca de 30 mil alunos. A secretária Júlia Sant’Anna garantiu ontem que mais 50 mil vagas serão anunciadas nos próximos dias, retomando o total que havia antes do corte. O atendimento em tempo integral já foi restabelecido a 64 mil estudantes da rede.


receba nossa newsletter

Comece o dia com as notícias selecionadas pelo nosso editor

Cadastro realizado com sucesso!

*Para comentar, faça seu login ou assine

Publicidade

(none) || (none)