Jornal Estado de Minas

Especial Educação

Crianças são envolvidas em projetos de cidadania ambiental


 
No Colégio Magnum – unidade Cidade Nova, o estímulo à preservação ambiental e a adoção de ideais de sustentabilidade gerou o projeto ONG Mirim SOS Terra, que existe desde 2008 e envolve alunos a partir do 1º ano do ensino fundamental, crianças com 6 anos, em média.




 
“Preservar o meio ambiente parece uma tarefa complexa, mas está bem mais próximo das ações do nosso cotidiano do que se imagina. Os alunos aplicam na vida o aprendizado”, afirma a professora Adriana Leite Lemos.
 
Entre as ações empreendidas, a diminuição de resíduos gerados com a merenda escolar e de canudos de plástico (um notório poluente encontrado em embalagens de néctar de frutas e achocolatados); combate ao desperdício de água; coleta de vidros com tampa de plástico para doação ao banco de leite materno do Hospital Sofia Feldman; ensino sobre armazenamento, coleta e reaproveitamento de óleo de cozinha, usado para fazer sabão; coleta e encaminhamento correto de pilhas para descarte; coleta de garrafas PET para doação e produção de vassouras; entre outros.
 
“As crianças têm um grande potencial multiplicador. Quando convidamos os pais para participar de iniciativas como essas, amplificamos a abordagem”, diz a educadora.
 

CIDADANIA

No Trilha da Criança Centro Educacional, o Projeto Institucional Cidadão Mirim, desenvolvido desde 2001, vem norteando inúmeras outras ações na escola, propiciando situações de análise e reflexão em torno de três vertentes, de cunho social e educativo: eu comigo, que possibilita a reflexão sobre a necessidade de cuidar de si mesmo e de respeitar sentimentos pessoais; eu com o outro, que promove o desenvolvimento e a construção de valores e atitudes comuns a todos; e eu com o mundo, que trabalha a conscientização e as ações em benefício do meio ambiente.




 
“É fundamental ensinar e estimular as crianças a terem atitudes cidadãs desde os primeiros anos de vida, para que tenhamos, num futuro, indivíduos capazes de exercer a sua cidadania e ter uma atuação política mais ética, consciente e responsável”, afirma a diretora do Trilha da Criança, Ana Paula Resende Bartolomeo.
 
Exemplos de ações que refletem essas premissas são as assembleias, o projeto de reciclagem e confecção de brinquedos com materiais reaproveitáveis, a Semana do Meio Ambiente da Trilha, a gincana ecológica, a confecção de ecobags, entre outras. A escola mantém ainda a horta coletiva, onde as crianças cultivam e colhem os alimentos que serão utilizados nas próprias refeições.
 
A escola estimula atividades de reflexão e conscientização, além da realização de ações em benefício do meio ambiente, envolvendo toda a comunidade escolar e do entorno. Um exemplo foi a coleta seletiva realizada na Praça JK, em Belo Horizonte. Além de recolher o lixo no local, a ação teve como objetivo evitar o ajuntamento de objetos que pudessem acumular água parada, para evitar a proliferação do mosquito Aedes aegypti, transmissor da dengue. As crianças também fizeram cartazes e uma blitz educativa para alertar a comunidade sobre o tema.




 
“Em consonância com o nosso Projeto Cidadão Mirim, buscamos despertar nos alunos o senso de responsabilidade, contribuindo para que toda a comunidade reflita sobre a importância do comprometimento coletivo para preservação do meio ambiente”, afirma a diretora do Trilha. Para Ana Paula, a escola cumpre papel fundamental, visto que pode estimular seus alunos a desenvolverem a capacidade de análise e reflexão crítica, contribuindo para a construção de uma consciência cidadã. 
 

Visão das crianças

Alunos do Magnum que participam do projeto ONG Mirim destacam o que aprenderam com a prática.

“Aprendi a cuidar do nosso lixo, fazendo a reciclagem correta. Também que devemos plantar mais árvores, assim evitamos o aquecimento global. Já plantei muitas árvores com a minha mãe, que também adora cuidar do planeta. Na escola, nós plantamos e até fizemos uma horta. A minha sala construiu uma composteira e estamos juntando resto de frutas no momento do lanche para a produção de biofertilizante para a nossa horta.”

Miguel Antônio Baêta da Mata Cardoso, de 7 anos 
 
 
“Mudei atitudes para cuidar do planeta e da gente também. Na minha família, algumas coisas mudaram. Minha mãe não compra mais suco de caixinha. Nós também não aceitamos o canudinho de plástico. Com isso, estamos reduzindo o plástico no planeta para não matar os peixes e as tartarugas. O plástico leva mais de 200 anos para se dissolver na terra. 




Na escola, combinamos de 
ter um dia da semana 
de 'lixo zero' na hora do lanche 
para ajudar o planeta.”

Lucas Lemos Carlotti, de 7 anos

“Aprendi várias coisas e ensinei meus pais a não jogar óleo na pia, porque vai para os rios, e a não jogar lixo em qualquer lugar. Não usamos mais canudinhos de plástico. Ah! E não pode amassar o papel nem sujar porque senão não recicla. O que mais gostei de aprender é que conseguimos usar o óleo que iria sujar a natureza para fazer sabão e ração de cachorro. Com o projeto, aprendi a cuidar do planeta, dos rios e mares. Lixo tem lugar certo e pode ser reciclado.”

Enzo Neves Camara, de 7 anos