Após isso, a Procuradoria Federal dos Direitos do Cidadão (PFDC), do Ministério Público Federal (MPF), enviou ofício ao ministro da Educação, Abraham Weintraub, solicitando que a abertura do Sistema de Seleção Unificada (Sisu) seja suspensa até que as falhas na correção do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) 2019 estejam solucionadas.
O pedido busca evitar que as “inconsistências na correção do Enem, já admitidas pelo MEC, venham a prejudicar milhares de estudantes” que tentam uma vaga nas universidades e institutos federais do país pelo sistema.
Além da suspensão, a procuradoria também solicitou ao Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (Inep), responsável pela prova, que informe em até 24 horas o que provocou a falha na correção das provas.
Perguntado sobre o risco de judicialização do processo de seleção para as universidades federais, o presidente do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (Inep) Alexandre Lopes afirmou em entrevista que as equipes jurídicas do órgão e da Advocacia-Geral da União (AGU) estão de plantão para responder qualquer demandas da Justiça e evitar atrasos ou adiamentos no processo de seleção.
O Ministério da Educação anunciou nesta segunda-feira (20) a prorrogação do prazo para inscrição no Sisu até domingo (26). As inscrições começam nesta terça-feira (21).
No caso da prova de redação, Lopes afirmou que não houve nenhum problema e que o procedimento de correção é diferente das outras provas. Ele afirmou que, para evitar erros nas próximas edições do Enem, serão feitas revisões nos processos de controle de qualidade.
A gráfica, apontada por ele como motivo do problema, será acionada em procedimento interno para prestar explicações sobre os motivos dos erros nas correções das provas.
Erros na nota
Os problemas no Enem de 2019 vieram à tona após estudantes que fizeram a prova em Minas Gerais denunciarem erros nos resultados divulgados na sexta-feira. A grande mobilização nas redes sociais fez com que o MEC reavaliasse as correções e no sábado a pasta admitiu que o erro poderia ter atingido milhares de participantes.
No final de semana, segundo o órgão, equipes do Inep trabalharam em esquema de plantão para revisar todas as 3,9 milhões de provas. Cerca de 172 mil e-mails foram enviados por alunos reclamando das correções e o Inep afirmou que todos foram analisados durante os três dias.