O Senado aprovou nesta terça-feira, 19, o adiamento do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem). O projeto foi aprovado por 75 votos a favor. Apenas o senador Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ) votou contra. A proposta teve apoio de todos os partidos da Casa e precisa agora ser aprovada pela Câmara dos Deputados antes de ir à sanção presidencial.
O Senado aprovou o adiamento do Enem deste ano em nome de todos os estudantes brasileiros, principalmente da rede pública, que tiveram suas aulas e estudos interrompidos pela pandemia. O Congresso está ao lado dos brasileiros que são mais atingidos por este triste vírus #AdiaEnem
%u2014 Davi Alcolumbre (@davialcolumbre) May 20, 2020
A proposta não estabelece uma nova data, mas prevê que em caso de estado de calamidade, como o atual, os processos seletivos de acesso à educação superior serão prorrogados automaticamente, até o momento em que estejam concluídas, em todo o território nacional, as atividades do ano letivo no ensino médio. Caso sancionado o projeto, poderão ser adiadas também as provas de vestibulares das universidades públicas até o fim da pandemia.
O relator da matéria foi o senador Izalci Lucas (PSDB-DF) e a autora do projeto a senadora Daniella Ribeiro (PP-PB). O líder do governo no Senado, Fernando Bezerra (PE), apoiou a aprovação do projeto. “Senado está de parabéns e Vossa Excelência (Ribeiro) está de parabéns por ter pautado essa matéria”, disse.
“Efetivamente 40% dos jovens deste País não têm acesso à internet. No Estado do Amazonas isso é gravíssimo no interior do Estado, porque praticamente 80% dos nossos jovens no interior do Estado não têm acesso à internet. A questão do conteúdo também é fundamental”, afirmou o líder do MDB no Senado, Eduardo Braga (AM).
Líder da minoria no Senado, Randolfe Rodrigues (Rede-AP) entrou com representação junto ao Ministério Público Federal para adiar as provas. “Vamos apoiar o projeto que prevê prorrogação automática de prazos para provas de acesso ao ensino superior em estado de calamidade ou não funcionamento das instituições de ensino. É um esforço coletivo para adiar o Enem 2020”, escreveu em sua conta no Twitter.
Nesta terça-feira, o ministro da Educação, Abraham Weintraub, postou no Twitter que o governo abrirá consulta aos estudantes que se inscreveram na prova para saber se preferem manter a data do exame ou adiar por 30 dias. "O MEC fará uma consulta, na última semana de junho, a todos os inscritos, através da 'Página do Participante', do Inep. Vamos manter a data? Adiar por 30 dias? Suspender até o fim da pandemia? O governo Jair Bolsonaro quer saber a opinião dos brasileiros! Democracia é isso!", escreveu.
“Se ele quer fazer uma pesquisa, está feita. O #adiaEnem – podem colocar aí para ver os trending topics do Twitter – está em segundo lugar. Não sei se já passou para primeiro”, afirmou a autora do projeto senadora Daniella Ribeiro.