Aulas presenciais começam a voltar no Brasil, mas não sem polêmica e temores. Parte do meio educacional defende que é preciso recuperar os prejuízos do período de isolamento social. O retorno, porém, encontra resistência de pais e professores – especialmente da rede pública –, que preferem aguardar uma vacina para a COVID-19. De qualquer forma, especialistas reforçam que as escolas devem seguir rigorosos processos de prevenção e ainda manter um sistema que misture aulas virtuais e presenciais.
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A decisão do governo do Amazonas não foi unânime, especialmente entre professores. Grupos se manifestam desde a semana passada contra o retorno das aulas presenciais. O Sindicato dos Trabalhadores em Educação do Amazonas (Sinteam) entrou com processo na Justiça para barrar o retorno. No entanto, a juíza responsável rejeitou a requisição, argumentando que o governo comprovou que vai garantir a segurança de alunos, professores e funcionários.
Plano paulista
Em São Paulo, o retorno das aulas presenciais ainda não ocorreu, mas tem data marcada. O governo estadual definiu 7 de outubro como o dia de reabertura para escolas públicas e privadas em todo o estado, em todos os níveis de ensino. O retorno depende da evolução da epidemia: só vai acontecer se 80% da população do estado estiver na fase amarela do plano de flexibilização do governo durante 28 dias.
A partir da data estabelecida, os municípios terão autonomia para decidir sobre a retomada das aulas presenciais. Alguns já se adiantaram na decisão. Seis das sete prefeituras do ABC paulista anunciaram que as aulas presenciais não voltam em 2020. Já a Prefeitura de São Paulo sinalizou que deve demorar mais para permitir a reabertura das escolas.
Inseguros em voltar agora, sindicatos de professores da rede pública protestaram contra a medida e defendem que o regime presencial só retorne quando houver uma vacina para a COVID-19. A rede privada, por outro lado, parece mais confortável em voltar com o regime presencial. O presidente do Sindicato dos Estabelecimentos de Ensino do Estado de São Paulo, Benjamin Ribeiro da Silva, garante que as escolas particulares estão preparadas para reabrir, com os protocolos e equipamentos prontos. (Com agências)
Especialistas recomendam planejamento minucioso
Cautela, planejamento e treinamento. É o que recomendam médicos e entidades ligadas à educação sobre o retorno às aulas. De acordo com pneumologista Maurício Meireles Góes,coordenador do Hospital da Baleia, o esquema de retorno às aulas deve ser cuidadosamente planejado. "Para evitar aglomerações, com horários de entrada diferentes, grupos de estudo menores, intercalados com aulas virtuais, salas de aulas ventiladas, marcação de distanciamento, além de um intenso treinamento dos professores e monitores", diz.
Os planos de retomada também dependem da situação da epidemia em cada região, segundo o especialista. "A volta às aulas deverá ser diferente em cada estado e até em cada cidade. Vai depender de como estão os indicadores de transmissão, internações e leitos de unidades de terapia intensiva (UTI). Em Belo Horizonte, esses números não estão controlados ainda, portanto, não seria o momento (de retornar). Em outras cidades, é preciso analisar os indicadores", defende.
As escolas se preocupam com a saúde dos professores, alunos e funcionários, e voltar ao “normal” não será igual para todos. "Em comparação com a escola pública, as particulares são mais preparadas para adquirir os insumos necessários para a proteção e desinfecção", aponta Zuleica Reis Ávila, presidente do Sindicato das Escolas Particulares de Minas Gerais (Sinep-MG).
"Um retorno seguro é definido pelos órgãos competentes, que estão à frente do controle do número de infecções. Até o momento, não tivemos nenhum registro de aumento de casos em crianças ou problemas mais sérios em função da abertura nas escolas brasileiras. Em Minas Gerais, estamos aguardando as orientações dos órgãos públicos quanto ao retorno, que deve acontecer no tempo certo", afirma Zuleica Reis Ávila. Para a presidente do Sinep-MG, a saúde mental das crianças e a falta de convívio com os colegas são pontos a favor para a retomada das aulas presenciais ainda este ano. *Estagiário sob supervisão da subeditora Rachel Botelho
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Como a COVID-19 é transmitida?
A transmissão dos coronavírus costuma ocorrer pelo ar ou por contato pessoal com secreções contaminadas, como gotículas de saliva, espirro, tosse, catarro, contato pessoal próximo, como toque ou aperto de mão, contato com objetos ou superfícies contaminadas, seguido de contato com a boca, nariz ou olhos.Vídeo: Pessoas sem sintomas transmitem o coronavírus?
Como se prevenir?
A recomendação é evitar aglomerações, ficar longe de quem apresenta sintomas de infecção respiratória, lavar as mãos com frequência, tossir com o antebraço em frente à boca e frequentemente fazer o uso de água e sabão para lavar as mãos ou álcool em gel após ter contato com superfícies e pessoas. Em casa, tome cuidados extras contra a COVID-19.Vídeo: Flexibilização do isolamento não é 'liberou geral'; saiba por quê
Quais os sintomas do coronavírus?
Confira os principais sintomas das pessoas infectadas pela COVID-19:
- Febre
- Tosse
- Falta de ar e dificuldade para respirar
- Problemas gástricos
- Diarreia
Em casos graves, as vítimas apresentam:
- Pneumonia
- Síndrome respiratória aguda severa
- Insuficiência renal
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Mitos e verdades sobre o vírus
Nas redes sociais, a propagação da COVID-19 espalhou também boatos sobre como o vírus Sars-CoV-2 é transmitido. E outras dúvidas foram surgindo: O álcool em gel é capaz de matar o vírus? O coronavírus é letal em um nível preocupante? Uma pessoa infectada pode contaminar várias outras? A epidemia vai matar milhares de brasileiros, pois o SUS não teria condições de atender a todos? Fizemos uma reportagem com um médico especialista em infectologia e ele explica todos os mitos e verdades sobre o coronavírus.Coronavírus e atividades ao ar livre: vídeo mostra o que diz a ciência
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