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Estado de Minas EDUCAÇÃO

Hábito de interpretar textos ajuda a lidar com grande volume de informações

Enem 2020: leitura é chave também para provas no computador


05/02/2021 04:00 - atualizado 05/02/2021 08:18

Participantes chegam à PUC em Belo Horizonte no primeiro dia do Enem digital, em 31 de janeiro (foto: Ramon Lisboa/EM/D.A Press )
Participantes chegam à PUC em Belo Horizonte no primeiro dia do Enem digital, em 31 de janeiro (foto: Ramon Lisboa/EM/D.A Press )
Pensa que hábito de leitura não é importante quando a ferramenta é a tela de computador, tablet ou celular? Se a resposta é sim, acaba de cometer um erro. Ainda mais se a discussão diz respeito à versão digital do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem).
 
Tão importante quanto na prova em papel, ler corretamente e saber interpretar a questão é o grande trunfo para quem está fazendo o teste fora dos moldes tradicionais. Última etapa da edição 2020 da avaliação ocorre neste domingo (7/02), com provas de matemática e ciências da natureza.



“O hábito de interpretar textos jornalísticos ou literários faz o cérebro depender menos de papel e lidar melhor com o grande volume de informações”, afirma o professor de matemática da Rede Chromos de ensino, Guilherme Antônio Lara Camargos.
 
Ele lembra que a maioria dos participantes do Enem é de uma geração digital, logo, sem problemas para se adaptar à ferramenta. E, se no primeiro momento preocupa o fato de uma prova com duração de cinco horas em frente à tela, as estatísticas acalmam.

“Estudos mostram que o pessoal passa tempo equivalente em redes sociais e, este ano, muita gente foi obrigada a mudar essa rotina. Aluno do 3º ano (do ensino médio) que fez preparatório no contraturno teve em média 10 horas por dia de tela”, relata.
 
“Essa geração está habituada, mas quando falamos de leitura mais profunda, muda tudo. Passa o dedo na tela e se perguntarmos o que viu depois de três imagens, não lembra mais. Hábito de leitura trabalha a capacidade de interpretar, o que fortalece ainda mais os participantes do Enem digital que precisam dessa habilidade mais desenvolvida.”

O professor Guilherme acredita que o Enem digital veio para ficar. A mudança da forma, que normalmente assusta e traz dificuldades, teve como ponto positivo o fato de o primeiro ano de aplicação ter coincidido com o fechamento dos estabelecimentos de ensino em decorrência da pandemia do novo coronavírus.
 
“O lado positivo é que ela obrigou muita gente a ter contato com o digital, o que não ocorreria tão rapidamente. Os estudantes fizeram o tempo todo simulados digitais. Acabamos criando uma mecânica que seria implementada por causa da nova versão do Enem, mas dentro de cinco ou 10 anos”, avalia.

E, mesmo já tendo transcorrido um domingo de prova, o conselho não muda: o primeiro ponto, de acordo com o professor, é prestar muita atenção na orientação da mecânica da prova, independentemente do conteúdo. “Como passo para a próxima questão, como marco a alternativa correta?”, ensina.
 
“As orientações iniciais, momento no qual normalmente os alunos ficam dispersos por já conhecerem, são agora fundamentais. Cada detalhe da orientação é muito importante. E não tenha receio de se desprender da timidez para perguntar, caso haja dúvidas”, diz o professor do Chromos.
 
“Não tem que ficar acanhado achando que deve saber, porque é novo para todo mundo, não importa minha idade. E os aplicadores estão ali para auxiliar. Fundamental este ponto para a pessoa não ser prejudicada não pela falta de conhecimento, mas pela mecânica da prova.”

No campo pedagógico, valem as mesmas orientações da prova impressa: conhecer o estilo da prova do Enem, que tem a particularidade de ter por trás de suas questões um vasto rol que exige dos estudantes dezenas de habilidades e competências.
 
“Tem texto, tem suporte e comando. O último item são as alternativas. O tempo é precioso no exame e há muitos enunciados longos. Por isso, leia o comando primeiro para saber o que pede a questão e o que se deve buscar, como forma de fazer uma leitura mais direcionada.”

Guilherme Camargos lembra que na versão digital ou impressa valem as regras estatísticas da teoria de resposta ao item (TRI) como correção. “No peso, questões mais difíceis valem mais, mas elas não são corrigidas individualmente. Questões com a mesma competência são corrigidas juntas”, explica.
 
“Não pode anular questão, pois, se acertei, o ponto é meu. Mas se erra questões fáceis e médias, o acerto das mais difíceis passa a valer menos. Tenho que ter a liberdade de fazer fáceis e médias e deixar difíceis para o fim. Se gastar tempo na difícil e, porque não teve tempo, chutar e errar fáceis, esse erro prejudica minha prova inteira.”

O professor achou o formato interessante e tranquilo. Ele foi para Juiz de Fora, na Zona da Mata mineira, fazer a prova para conhecer o projeto-piloto que deve se tornar a nova forma de se aplicar o Enem nos próximos cinco anos.
 
“Precisamos entender o Enem digital e há ainda muitas perguntas para serem respondidas, principalmente na questão da segurança da prova”, diz.

Mesmo já tendo sido descortinada por uma parcela de brasileiros, algumas dúvidas ainda restam sem respostas, principalmente no tocante à segurança da avaliação.
 
“Há pontos importantes a serem observados. Como essa prova é transmitida para os computadores dos locais de aplicação? Todos os estabelecimentos estão aptos a oferecer o mesmo sistema operacional, o mesmo hardware? O fato de usar hardware de terceiros nos preocupa, mas vamos ver antes de pensar que será ruim.”

DICAS

  • Preste atenção às orientações iniciais da prova
  • Leia o comando primeiro para saber o que pede a questão
  • A partir daí, faça leitura mais direcionada do enunciado sabendo o que deve buscar
  • Deixe questões difíceis para o fim


FONTE: Guilherme Camargos/ Chromos  


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