Em um ano de pandemia, todos tiveram rotinas alteradas de alguma forma, inclusive as crianças. Para aliviar as tensões dos pequenos, alguns professores da educação infantil tiveram iniciativas inovadoras e foram reconhecidos com uma premiação criada pela Fundação Maria Cecilia Souto Vidigal, que trabalha pela causa da primeira infância.
Intitulado ‘Prêmio Educação Infantil: Boas Práticas de Professores Durante a Pandemia’ o concurso recebeu 700 inscritos de todo Brasil e desses, 100 vencedores levaram um prêmio de R$ 1.000 e um curso de 40 horas online com atividades síncronas e assíncronas sobre a Base Nacional Comum Curricular e a educação infantil.
Os ganhadores estão espalhados pelo país. Em Minas Gerais, foram 11 educadores selecionados. Um dos projetos em destaque é da professora Paula Ramos de Oliveira, que trabalha em uma escola municipal da região noroeste de Belo Horizonte.
Ela conta que a mudança na rotina motivou a criação do projeto, que foi feito em conjunto com uma colega de trabalho: “Tivemos aulas presenciais até março de 2020 e de uma hora para a outra, o cenário mudou. Foi difícil para as crianças que nunca passaram por situações tão dramáticas”
“Como educadoras da educação infantil, nos preocupamos em acompanhá-los e com a suspensão das aulas, veio a pergunta ‘como eles estão agora?’. Eu e minha colega Silvana começamos a pensar em mostrar um mundo diferente, além da pandemia. Por serem crianças, eles são o futuro, então pensamos em usar trabalhar com as sementes”, diz a professora.
Segundo Paula, ao mostrar para as crianças como cultivar sementes de diferentes plantas, eles estavam trabalhando o cuidado com o futuro e poderiam colher bons frutos: “Se eu planto, cultivo e cuido, em um futuro próximo poderei colher bons frutos. Decidimos implementar o projeto no formato de hortas suspensas, feitas com materiais recicláveis como, caixinha de leite e garrafas pets de refrigerante, buscando adequar a realidade e às condições de vida de cada criança, de forma a criar uma atividade educativa e recreativa ao mesmo tempo”.
Para realizar o projeto de forma remota, foi preciso conquistar os pais e mostrar a necessidade e importância do trabalho no processo de desenvolvimento das crianças, conta a professora. Para adaptar aos espaços disponíveis em cada ambiente dos alunos, o projeto contou com aulas de hortas suspensas, no quintal, compostagem e ainda, reutilização de materiais recicláveis.
“Foi um trabalho fantástico. As crianças e pais agradeceram muito, eles gravavam vídeos nos mostrando como estava a horta e os frutos que estavam nascendo. Fiquei muito feliz pelas famílias terem acreditado em nosso trabalho” finaliza a educadora.
*Estagiária sob supervisão do subeditor João Renato Faria