Jornal Estado de Minas

SONHO REALIZADO

Brasileira de 17 anos é aceita em seis universidades nos EUA

Aos 17 anos, a paraibana Ananda Tereza Santos Figueiredo passou no processo de admissão de seis universidades dos Estados Unidos. Além da realização de um sonho por possibilitar uma vaga em instituições de referência mundial, a oportunidade viabiliza o mergulho da jovem no assunto que é apaixonada: as estrelas.





A lista de instituições que aceitaram a candidatura da estudante na primeira tentativa salta aos olhos: Florida Tech, The Catholic University of America, University of Florida, Massachusetts Institute of Technology (MIT), Amherst College e Princeton University. As respostas das aplicações feitas em meados de janeiro chegaram em março.

A paraibana, apesar do histórico de excelência acadêmica, foi pega de surpresa com o resultado positivo, uma vez sabia da dificuldade dos processos seletivos, e se questionava muito sobre a viabilidade de estudar em instituições desse porte. “Acho que ter essas dúvidas foi muito importante para conseguir ter gratidão por ter passado”, ressalta.

Amor pelo universo é antigo na vida da adolescente


Uma jovem com olhar vidrado para as estrelas era uma cena comum no quintal da casa de Ananda. “Uma das primeiras memórias (que tenho) é olhar para o céu do meu jardim”, relembra. A família também compartilhou e apoiou a paixão da jovem desde pequena. Ela recorda com carinho de quando, ainda pequena, ganhou do pai um livro de astronomia para crianças, com curiosidades e piadas sobre a imensidão escura do universo.





“Eu tenho um privilégio gigantesco de ter uma família que me apoia muito nas minhas paixões, não importando o quão aleatórias elas sejam”, se diverte. “Foi a partir desse incentivo que eu me interessei cada vez mais pela astrofísica”.

Ananda, no momento, pretende ingressar no curso de astrofísica, mas não descarta desenvolver-se em outras áreas durante a formação. “É uma das coisas que eu mais gosto no sistema de educação dos Estados Unidos: é essa habilidade de poder mudar. Eu sei que eu vou mudar (quando estiver) na faculdade”, pontua.

“Então, por enquanto meu plano é fazer astrofísica, porque é uma área fantástica, que tem tanto potencial e eu quero muito estudá-la. Mas eu também sei que eu não tive a oportunidade de conhecer tantas carreiras e áreas de estudos, que quando eu chegar na faculdade eu posso mudar”, observa.





A jovem paraibana ressalta que sua paixão pelos estudos é ampla, não estando somente na área das ciências da natureza. Assim, não ignora o interesse que tem pela área de ciências políticas e a possibilidade disso impactar na escolha do curso futuramente.

Excelência acadêmica também é antiga


Atualmente, a jovem estuda em escola pública em Orlando, nos Estados Unidos, oportunidade garantida pelo programa International Baccalaureate (IB). Ela brinca que a ideia de fazer o ensino médio em uma escola americana é bem diferente daquela construída em filmes de Hollywood, como High School Musical.

Ainda assim, a experiência contribuiu para sua formação e autoconhecimento. “Eu nunca gostei de me dedicar somente a uma área, então ter a chance de me interessar e me apaixonar por tantas coisas diferentes, tendo o incentivo da instituição, foi muito importante para mim”, observa.





Quando ainda no Brasil, Ananda participou de olimpíadas de conhecimento, atividade que continuou nos EUA. Ela também conciliou com outra paixão, o teatro, e ainda garantiu tempo para se dedicar ao conhecimento da ciência política, por meio de um estágio com uma deputada estadual.

Ananda, vale ressaltar, ainda não concluiu o ensino médio, pois as aulas se estendem até maio nos Estados Unidos. Portanto, ainda deve escolher a instituição para onde deve ir. O dilema está entre o MIT e Princeton, decisão que será difícil entre duas instituições de excelência. “Elas têm oportunidades similares, mas com embalagens diferentes”, exemplifica a jovem.

Foco na trajetória não foi a aplicação


Ananda, não tem certeza, mas acredita que o que contribuiu para a aprovação foi ter se dedicado para as diferentes áreas de interesse em sua trajetória. “Eu tentei aproveitar as coisas não porque iam aparecer bem em uma aplicação, mas porque faziam bem para mim e porque eu queria melhorar nelas”, ressalta.





A jovem observa que o processo de aplicação valoriza mais o relato da trajetória pessoal e as notas do ensino médio. Outro aspecto são as cartas de recomendação dos professores, Ananda é grata à posição que docentes tomaram em sua vida e possibilitam contornar os desafios de não estar em seu país natal.

“Ser imigrante é um sistema complicado e ficar tão longe de casa tem seu peso. Então, nem tudo foi um mar de rosas, mas eu me sinto muito grata por ter tido essas pessoas incríveis que me ajudaram e depois puderam falar disso na aplicação", ressalta.

Quanto ao futuro, ainda não há certeza, mas projeta ser pesquisadora e dar aulas na área. Mas algo é certo para a jovem apaixonada pelas estrelas: "Ter entrado nessas faculdades me deu uma visão muito clara de que o mundo é muito grande e tem tantas experiências que posso ter em lugares tão diferentes”.


*Estagiário sob a supervisão da editora Ana Sá

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