Os sistemas do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), agência federal de fomento à pesquisa, estão há quatro dias fora do ar. Pelas redes sociais, o CNPq disse que está atuando junto ao Ministério da Ciência e Tecnologia para resolver o problema, mas que ainda não há previsão para retorno. Na plataforma estão armazenados dados de milhares de cientistas brasileiros.
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Prouni inicia prazo para candidatos apresentarem documentosApagão no CNPq afeta cientistas da UFMG e demais universidades brasileirasFies 2021.2: vagas ofertadas para o programa já podem ser consultadasDe acordo com o órgão, a prioridade é restaurar o acesso aos currículos da Plataforma Lattes. O CNPq também suspendeu todos os prazos enquanto durar o problema.
Não há ainda informações oficiais sobre o que teria causada o apagão. Nas redes sociais, pesquisadores especulam que teria sido a queima de um servidor, já que alguns foram informados pelo próprio CNPq que isso teria ocorrido e que os dados não teriam backup.
A Associação Nacional de Pós-Graduandos (ANPG) relacionou o apagão ao contingenciamento de gastos que o órgão vem sofrendo. Segundo a associação, o CNPq tem o menor orçamento da sua história recente, com apenas 26 milhões para investir em fomento.
O Sindicato Nacional dos Gestores Públicos na área de Ciência e Tecnologia (SindGCT) também emitiu nota em que lembra a falta de investimentos na instituição.
"O SindGCT acompanha com preocupação o situação do CNPq e de seus sistemas. Acreditamos que tal problema não é conjuntural, isolado e fortuito. Trata-se do resultado do descaso e desmonte que o CNPq vem sendo submetido desde o governo Temer e que se aprofundou agora no governo Bolsonaro. A falta de recursos não tem atingido apenas os orçamentos para financiamento de bolsas e projetos de pesquisa. Ele tem prejudicado enormemente a infraestrutura do CNPq e de seu quadro de pessoal. Os sistemas, por falta de investimentos, atualização e de visão estratégica dos dirigentes tem se tornado um verdadeiro gargalo para a realização das ações do órgão", disse, em nota.
Procurado pelo Correio, o Ministério da Ciência e Tecnologia ainda não se manifestou.