Há 17 anos em Belo Horizonte, a rede de educação básica Escola da Serra, planeja uma expansão nacional nos próximos cinco anos. A proposta é abrir 30 novas franquias no período, uma média de seis unidades por ano. Atualmente, além da sede na capital mineira, a rede conta com duas filiais, uma em Pouso Alegre, interior de Minas Gerais, e outra em São Paulo.
O projeto da Escola da Serra foge do tradicional método de ensino com professores no comando da turma, carteiras enfileiradas e alunos uniformizados. A escola retira o padrão de ensino atual, que reserva ao estudante um papel passivo no processo de aprendizagem.
No lugar do professor que atua por disciplina, a instituição adota professores-orientadores dedicados a um conjunto de áreas de conhecimento e professores-tutores auxiliam os alunos nos estudos, cujo cronograma de execução é elaborado com a participação direta dos próprios estudantes.
Com o apoio dos tutores, os próprios alunos definem a maneira mais adequada de estudar e cumprir as responsabilidades assumidas. Isso ocorre num grande salão, com mesas para grupos de quatro alunos, sem a necessidade das conhecidas salas de aula, com carteiras individuais.
Segundo a Escola da Serra, o estudo diário ocorre em imensos salões e de forma interativa. Antes de consultar o orientador ou o tutor, os estudantes esgotam as dúvidas entre eles ou por meio de ferramentas disponibilizadas para pesquisa.
Os alunos são divididos em ciclos de aprendizado, o período que abrange o Ensino Fundamental, por exemplo, é dividido em três ciclos de conhecimento com três anos cada um.
Mesmo com o método que foge do convencional, a rede possui formas de avaliar os alunos. Sem notas, provas e "decorebas", a proposta são apresentações ou projetos, inclusive propostos pelos próprios alunos, levando em consideração o processo de aprendizagem, as dúvidas levantadas e as soluções encontradas. O estudante precisa demonstrar que o conteúdo foi bem assimilado.
Apesar da autonomia dos estudantes, a escola segue a Base Nacional Comum Curricular e inclui as matérias exigidas pelo Ministério da Educação, preparando-os para os vestibulares e Enem. Também são inclusas atividades como yoga, capoeira e aikidô, uma arte marcial japonesa.
Para os próximos anos, a instituição pretende abrir 30 novas franquias e está à procura dos interessados no método de ensino inovador. Apesar da situação econômica do país, os gestores da escola acreditam que a educação básica privada está com cenário favorável para investimento.
"A educação básica privada é um segmento com características bem interessantes: tem uma receita recorrente, pois a escola que oferece todos os segmentos pode manter o aluno por até 16 anos; é um produto que independe de crise, já que as pessoas precisam estudar; e quem tem um poder aquisitivo termina optando por uma instituição particular", afirma Pedro London, sócio da Escola da Serra.
Algumas exigências são feitas para abrir a franquia, uma delas é um grande espaço físico, que é priorizado no processo de formação do aluno. É necessário ter, no mínimo, dois grandes salões de aprendizagem para a Educação Infantil e áreas comuns. A área construída mínima necessária é de 750m².
Se a nova unidade começar também com o primeiro ciclo do Ensino Fundamental, precisará de mais um grande salão de aprendizagem. Além disso, para o Ensino Fundamental, será necessária uma quadra para a prática de esportes.
*Estagiária sob supervisão