Jornal Estado de Minas

ENSINO

Pais, alunos e funcionários dão 'abraço' no Colégio Pitágoras nesta sexta

Pais, alunos e professores do Colégio Pitágoras planejam fazer um ‘abraço simbólico’ ao colégio, nesta sexta-feira (18/11). O objetivo da manifestação é chamar a atenção para a situação dos funcionários e das famílias, que foram pegos de surpresa com o anúncio do encerramento das atividades a partir de 2022, feito na semana passada. 





 

 


A convocação para o ato, que ocorre das 7h às 7h15, antes da entrada dos alunos para as aulas, está sendo feita em grupos de Whatsapp.  

“Gente!!! Vamos pro abraço simbólico do colégio amanhã??? Cartazes!!! Logo na entrada das crianças!!! No horário da entrada 7hs - 7:15 da manhã”, diz uma dessas mensagens.

Roberta Freire, funcionária pública federal, tem duas filhas que estudam no colégio. Uma está no 4° ano do ensino fundamental e outra no 1° ano do ensino médio. Ela é uma das organizadoras da manifestação e conta que os pais ainda estão apreensivos com a notícia. 

“Essa bomba que jogaram no nosso colo deixou a gente desnorteado, principalmente as mães. Estamos muito revoltados com essa situação dos funcionários.” 
 

Adesão à manifestação e próximos passos 


Segundo Roberta, a ideia do ‘abraço’ surgiu da professora de uma de suas filhas. “Divulguei nos grupos das minhas duas filhas e pedi para os pais espalharem nos outros grupos, para fazermos esse abraço solidário com todos os funcionários que estão sendo demitidos.” 

Ela não sabe dizer quantos pais e funcionários vão participar da manifestação, mas espera que sejam muitos. “Nós confiamos que os funcionários estarão engajados. Hoje, inclusive, conversei com uma orientadora. Muita gente quer ir, mas alguns pais trabalham muito cedo. A expectativa é que a gente faça o abraço logo cedo, quando formos deixar os meninos no colégio, antes do início das aulas.” 

Roberta afirma que os pais não têm outras manifestações planejadas para os próximos dias. Porém, o grupo estuda tomar medidas jurídicas contra a instituição de ensino pela maneira com que o assunto está sendo conduzido





“Por enquanto é só essa, em solidariedade aos funcionários porque eles foram os mais afetados. Minhas filhas estão lá desde 2016 e sempre foram muito bem acolhidas. Todos os funcionários conhecem alunos e pais pelo nome. Temos uma proximidade muito grande com os funcionários e eles têm esse sentimento de acolher os alunos.” 

“As famílias conseguem buscar outra escola para os filhos, talvez não a que elas queiram, mas conseguem. Já as famílias dos funcionários e professores, como fica? Cadê a solidariedade de pensar no ser humano, em uma época de pandemia, em que o desemprego está aí na nossa cara, gente passando fome. É muito triste tudo isso, revoltante”, conclui a mãe. 
 
*Estagiária sob supervisão do subeditor João Renato Faria


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