Ana Clara Pedroza Gonçalves tem 9 anos e estuda na Rede Batista de Educação, em Belo Horizonte. Desde março de 2020, está afastada do convívio na escola, que já oferece o ensino híbrido. Mas ela volta mesmo só a partir de fevereiro de 2022.
A mãe, Gislaine, conta que a garota se adaptou bem ao ensino remoto, mas também está ansiosa para rever os amigos e professores. "Ela teve um bom desenvolvimento com o on-line. Resolvemos esperar as coisas se tranquilizarem para a volta definitiva", diz Gislaine. Ana Clara afirma que está com saudade da escola. "O coronavírus é muito ruim. A pior parte é não poder sair, brincar, ficar perto de quem a gente gosta."
A mãe, Gislaine, conta que a garota se adaptou bem ao ensino remoto, mas também está ansiosa para rever os amigos e professores. "Ela teve um bom desenvolvimento com o on-line. Resolvemos esperar as coisas se tranquilizarem para a volta definitiva", diz Gislaine. Ana Clara afirma que está com saudade da escola. "O coronavírus é muito ruim. A pior parte é não poder sair, brincar, ficar perto de quem a gente gosta."
Para a diretora pedagógica da Rede Batista, Sandra Beconha, na pandemia a oferta de ensino híbrido é um avanço nas modalidades de acompanhamento do estudante. Partiu-se de um cenário de ensino remoto, ela lembra, em que várias metodologias foram incorporadas à prática pedagógica do dia a dia para atender os estudantes.
Agora, quando os alunos voltam à escola de forma presencial, alternando com o modelo remoto, surge uma nova estrutura de ensino que usufrui tanto dos benefícios das metodologias inovadoras do ensino remoto, como das práticas concretas, vivenciais e relacionais do modelo presencial, segundo Sandra. "Portanto, a união dos dois modelos de oferta de aula trouxe ganho e benefício aos estudantes", assinala.
Agora, quando os alunos voltam à escola de forma presencial, alternando com o modelo remoto, surge uma nova estrutura de ensino que usufrui tanto dos benefícios das metodologias inovadoras do ensino remoto, como das práticas concretas, vivenciais e relacionais do modelo presencial, segundo Sandra. "Portanto, a união dos dois modelos de oferta de aula trouxe ganho e benefício aos estudantes", assinala.
Sobre os modos de funcionamento do novo modelo, a pedagoga esclarece que a regulamentação da oferta do ensino híbrido permite ensino remoto conjugado com ensino presencial até 30 de dezembro deste ano, para os segmentos do ensino fundamental, anos iniciais e finais, e ensino médio. Essa oferta, para ela, será ministrada cada vez com mais qualidade, compreendendo que tanto professores como os estudantes estão se adaptando a esse modelo.
"O ensino híbrido também é um diferencial no atendimento ao estudante que apresente alguma dificuldade de saúde que impeça o convívio com os demais, em função da fragilidade ou do momento. Isso se torna um recurso indispensável para que esse estudante permaneça em contato com sua turma e tenha acesso ao aprendizado, conteúdos e objetos do conhecimento ofertados em sua série e ano", reforça Sandra Beconha.
Conforme a educadora, entre os principais desafios na oferta do modelo remoto, conjugado com o modelo presencial, está a tarefa do professor em dividir o seu foco de atenção entre dois públicos com comunicação específica. Quanto mais novo o estudante, maior a demanda da atenção do professor de forma diferenciada.
"Para os estudantes do fundamental II e médio, com maior nível de autonomia, a adoção do novo modelo se torna um facilitador, porque permite ao estudante que se adaptou ao modelo remoto permanecer neste, e aquele que apresentou dificuldade pode retornar ao presencial com contato diário, próximo ao professor, quando se sente acolhido e tem suas demandas e dúvidas esclarecidas", explica.
"Para os estudantes do fundamental II e médio, com maior nível de autonomia, a adoção do novo modelo se torna um facilitador, porque permite ao estudante que se adaptou ao modelo remoto permanecer neste, e aquele que apresentou dificuldade pode retornar ao presencial com contato diário, próximo ao professor, quando se sente acolhido e tem suas demandas e dúvidas esclarecidas", explica.
Para Sandra, o ensino híbrido tem como diferencial o equilíbrio entre a oferta de diversas metodologias, conjugando o que existe de novo nas tecnologias de informação e comunicação com as práticas já existentes.
"A possibilidade de utilizar ferramentas digitais enriquece o diagnóstico e a avaliação do aprendizado dos estudantes. Posso citar como exemplo os jogos com interatividade que permitem inclusive o uso de inteligências artificiais para remeter o estudante a atividades complementares, de acordo com seu nível de desenvolvimento, somado à observação in loco."
"A possibilidade de utilizar ferramentas digitais enriquece o diagnóstico e a avaliação do aprendizado dos estudantes. Posso citar como exemplo os jogos com interatividade que permitem inclusive o uso de inteligências artificiais para remeter o estudante a atividades complementares, de acordo com seu nível de desenvolvimento, somado à observação in loco."
Como são metodologias novas, com ferramentas ainda em desenvolvimento, os padrões de avaliação, de verificação de aprendizado ainda requerem investimento dos pesquisadores, dos professores e dos formadores para que eles possam de fato alcançar, medir e dimensionar o aprendizado real e significativo do estudante, continua Sandra.
Esse é um modelo temporário, complementa, que será aprimorado para atender às exigências da formação do cidadão do século 21. Com a organização do novo ensino médio, que resguardou 20% da carga horária para oferta remota, a tendência será disponibilizar parte dos componentes curriculares de forma EAD ou síncrona.
"Este último coloca professor e estudante no mesmo horário, via dispositivo de comunicação, para interação e transmissão de conteúdo, informação e para a troca de conhecimentos e construção de novos aprendizados e conceitos. Compreendemos que as habilidades necessárias para gestão do conhecimento pelo estudante serão desenvolvidas de forma gradual e propiciará o trabalho em equipe de forma colaborativa e sem fronteiras", diz Sandra.
"Este último coloca professor e estudante no mesmo horário, via dispositivo de comunicação, para interação e transmissão de conteúdo, informação e para a troca de conhecimentos e construção de novos aprendizados e conceitos. Compreendemos que as habilidades necessárias para gestão do conhecimento pelo estudante serão desenvolvidas de forma gradual e propiciará o trabalho em equipe de forma colaborativa e sem fronteiras", diz Sandra.
TRANSIÇÃO
Rafael Penido tem 12 anos e é aluno do sexto ano do ensino fundamental II em uma escola em Belo Horizonte. Desde o início da pandemia, em 2020, começou a ter aulas pela internet, e a transição para o ensino híbrido se deu no meio deste ano. Durante dois meses, as aulas em casa se alternavam com os encontros presenciais, dividindo os alunos no que se convencionou chamar de bolhas: um grupo de alunos ficava em casa e outro ia para a escola, revezando a cada semana.
Agora, com a volta às escolas há pouco mais de um mês, o modo presencial é mesmo o que se sobressai, com a manutenção de algumas atividades via plataforma on-line. Para Rafael, uma das comodidades em ter as lições no conforto do lar é, por exemplo, poder acordar mais tarde ou levantar um pouco quando tem vontade, com mais liberdade. Mas não abre mão de encontrar os amigos e professores olho no olho.
"Na escola eu gosto mais, porque a gente pode ver as pessoas, encontrar, conversar, estar perto uns dos outros. Para tirar dúvidas com os professores também é melhor, assim como para preencher o tempo com uma rotina que parece que fica mais completa", diz, ele que se adaptou bem às duas realidades.
"Na escola eu gosto mais, porque a gente pode ver as pessoas, encontrar, conversar, estar perto uns dos outros. Para tirar dúvidas com os professores também é melhor, assim como para preencher o tempo com uma rotina que parece que fica mais completa", diz, ele que se adaptou bem às duas realidades.