São perceptíveis as mudanças que a pandemia de COVID-19 trouxe na rotina dos estudantes, mas como será o ano letivo em 2022? É importante entender que os alunos vão precisar se readaptar com a volta do ensino presencial e, consequentemente, às outras mudanças na forma de estudar.
“Ter rotina de estudo no virtual foi o maior desafio dos estudantes e famílias. Aquilo que a escola tinha de controle visual sobre o tempo dos estudantes foi desfeito”, explica Aleluia Heringer, diretora de Relações Institucionais do Colégio Santo Agostinho.
“Ter rotina de estudo no virtual foi o maior desafio dos estudantes e famílias. Aquilo que a escola tinha de controle visual sobre o tempo dos estudantes foi desfeito”, explica Aleluia Heringer, diretora de Relações Institucionais do Colégio Santo Agostinho.
Nesse cenário, o aluno deve ser um sujeito de aprendizagem e não o pai, a mãe ou professor. Eles precisam criar sua rotina de estudos, ter metas diárias e manter o foco nos objetivos de aprendizagem que foram previamente estabelecidos.
“Uma das certezas é que, ao descobrir a forma como a criança ou jovem aprende melhor, que aquele melhor vire uma rotina e que seja preservado. Estudar exige empenho e não é algo fácil. Aprende-se a gostar à medida que vemos os resultados em nossas vidas”, afirma a diretora pedagógica do colégio Sagrado Coração de Jesus, Cátia Cilene.
Segundo Aleluia Heringer, cada estudante deve entender quais são suas motivações e aspirações, lembrando que não há uma regra de estudo geral para todos. Eles precisam estabelecer um local fixo, organizado e sem muitas distrações, além de um cronograma claro, bem distribuído e que prevaleçam horários fixos para cada uma das atividades.
Uma rotina surge a partir da criação de hábitos, então é importante que haja uma recorrência para as tarefas, bem como uma forma de o aluno ficar com a sensação de “tarefa cumprida” ao completar as atividades. A diretora pedagógica do Coleguium, Alessandra Dias, também acredita que cada aluno tem características específicas que vão influenciar no momento de aprendizado.
“Desenvolvemos um plano de estudos individuais, em que os interesses e as atividades de lazer do aluno são contemplados”, explica Alessandra. Assim como os estudos, uma rotina saudável precisa conter atividades fora da grade escolar, como um esporte, aula de música, dança ou teatro, isso ajudará crianças e adolescentes a extravasarem o estresse do dia a dia. Atividades destinadas ao bem-estar são indispensáveis para manter o foco e desenvolver essa rotina de estudos.
PAUSAS NECESSÁRIAS
Destaca-se ainda a importância de pausas durante as tarefas. Não faça tudo de uma vez querendo acabar logo. O cérebro precisa de tempo para filtrar as informações e assimilar o que aprendeu. Outro ponto crucial a ser destacado é que as tecnologias e a internet devem ser utilizadas como uma ferramenta de ajuda e não um empecilho.
“A tecnologia nos salvou do isolamento. Foi extremamente útil e nos rendemos a muitas das suas facilidades. Tem o outro lado do excesso que, somente hoje, podemos mensurar. Houve uma overdose de plataformas e um 'overbooking' de ferramentas digitais, por isso precisamos achar uma forma de conciliar o uso dessas ferramentas, sem prejudicar os estudos”, ressalta a diretora do Colégio Santo Agostinho.
Nesse quesito, ela explica que é preciso que os pais deem o exemplo, uma vez que querer um autodomínio perfeito de uma criança ou um adolescente não é algo realista. Por mais que ter uma rotina de estudo no virtual tenha sido um grande desafio para alunos e famílias, esse período de reclusão social permitiu que o estudante percebesse que ele é o responsável por sua aprendizagem.
Os pais e responsáveis, entretanto, continuam sendo muito importantes em todo esse processo. Os colégios vêm contando com o apoio deles desde o início da pandemia. “O Coleguium acredita na comunicação constante com os responsáveis, pois o alinhamento de expectativas e informações se faz crucial para uma boa parceria entre escola e família”, destaca Alessandra.
Evidentemente os pais e responsáveis precisam dar espaço para que seus filhos criem uma responsabilidade e autonomia, porém, muitas vezes eles serão necessários para intervir de forma clara e firme na determinação de tempos e rotinas, quando e onde fazer isso ou aquilo. Os adultos não podem se esquivar desse lugar de autoridade e de quem coloca os limites que são o lugar da segurança.
Com papel semelhante nas duas modalidades – presencial e on-line – o responsável deve engajar e orientar seus filhos na rotina escolar e buscar estar conectado às comunicações e diretrizes pedagógicas realizadas pela escola. “Além disso, pais e mães têm como ação primordial trabalhar o emocional das crianças e dos adolescentes, enfatizando o poder de crescimento que todos possuem”, conclui a diretora do Coleguium.
CUIDADOS
Além da mudança na rotina escolar do estudante, alguns cuidados de combate ao COVID-19 precisam continuar. Ao chegar em casa, é recomendado tomar um banho e colocar o uniforme para lavar. Higienizar sempre as mãos, principalmente antes do horário do recreio e almoço, manter a distância exigida e usar máscaras.
As escolas de Belo Horizonte voltaram a funcionar de acordo com os protocolos de saúde exigidos pelo governo. Entre as principais medidas adotadas estão o distanciamento físico, a sanitização e a higienização e o monitoramento das crianças. Outras medidas também serão tomadas, como horários diferenciados para a realização das atividades, uso e disponibilização de álcool em gel, procedimentos de limpeza e desinfecção constantes e a ventilação natural das salas. O uso de máscara será obrigatório por alunos e professores, dentro e fora das salas de aula.
* Estagiária sob supervisão da editora Teresa Caram