Jornal Estado de Minas

PROBLEMA

Educação em Minas: cidades estão sem professor

A medida do governo de Minas Gerais, por meio da Secretaria de Estado da Educação, de suspender contratações temporárias por conta de decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) vem trazendo várias consequências em todas as regiões, inclusive no Sul e Sudoeste de Minas.




 
O que tem gerado problemas, indignação e prejuízo para os alunos é a dispensa do contratado de cargo em que não há professor titular e a demora na contratação de substitutos para professores afastados em tratamento de saúde.
 
Enquanto isso, os estudantes ficam sem aulas.
 
Em Passos, já há escolas que estão sem professores de várias matérias por causa disso.
 
Os alunos da E.E. Nazle Jabur, por exemplo, chegaram a postar um vídeo cobrando uma solução, já que estão sem professores de Sociologia e de Português.
 
Algumas turmas da escola Caetano Machado estão sem aulas de Matemática e até de conteúdos integradores (o ensino integral).
 
Em Formiga, há três escolas na mesma situação: EE Prof. Joaquim Rodarte, EE Aureliano Rodrigues Nunes, EE Bernardes de Faria. Alunos do ensino Fundamental e Médio sem aula de Matemática, Química e outras.




 
“Cito essas escolas porque são do atendimento da SRE de Passos e não tenho, ainda, o levantamento das demais cidades. Certamente muitas estão com o mesmo problema”, comentou Maria Antônia Mourão, diretora regional do Sind-UTE.
 
“O caos que essa decisão do governo causou  na educação mineira é tão grave que levou o Sindute/MG a fazer uma Plenária especial para os contratados. Em todos os cantos de MG, a situação de falta de aulas por corte na renovação de contratos é a mesma”, contou.
 
A saída, segundo Maria Antônia, é fazer concursos, respeitar a constituição, e nomear. Ela diz que há concursos com validade, mas o governo Zema é um dos que menos nomeou em quase quatro anos de mandato. O último concurso foi em 2017.




 
“Enquanto professora aposentada e dirigente do SindUTE, penso que a comunidade escolar, principalmente os pais e a sociedade em geral, deveriam cobrar a importância do uso da verba da Educação Pública, oriunda de nossos postos de todos os governos e não aceitar que jovens alunos fiquem a mercê de decisões políticas equivocadas, com o intuito de fazer economia que só traz malefícios para todos nós", explica.
 
A diretora regional do Sind-UTE conclui. "Também penso que é muito estranho uma sociedade que critica professores quando, em greve, defendem direitos consagrados na Constituição, mas se cala quando um governo deixa alunos sem aula, ferindo a mesma Constituição. Educação não é mercadoria, o Estado não é empresa particular”.