Com mais de R$ 12 milhões bloqueados ou cortados em menos de seis meses, a Universidade Federal de Uberlândia (UFU) tem hoje apenas R$ 71 para pagamento de despesas de serviços e funcionários terceirizados. O último corte aconteceu na segunda-feira (28/11) e pegou a universidade de surpresa, o que levou a instituição a se manifestar nesta terça (29/11) sobre o fato.
Segundo a instituição, além do corte de orçamento de R$ 9,5 milhões ocorrido em junho deste ano, foram bloqueados agora R$ 2,7 milhões, “valor remanescente de orçamento com o qual a Instituição vinha parcamente acudindo despesas emergenciais. Restaram R$ 71,00 de limite de empenho no sistema”.
O valor de R$ 2,7 milhões não foi retirado da conta, mas é como se não existisse, pois não pode ser movimentado devido ao bloqueio. A situação foi descrita pela UFU como lamentável e à beira do insustentável.
“E isso em um momento quando normalmente são realizados aportes financeiros às IFES por parte do governo federal para o acerto das contas no final do exercício. Assim, a UFU perde totalmente sua capacidade de saldar os compromissos financeiros assumidos de acordo com o orçamento aprovado na LOA-2022”, informou a universidade.
Desde 2016, com valores corrigidos, o orçamento da UFU caiu R$ 21 milhões. O novo contingenciamento preocupa porque é esperada uma queda 6% no orçamento para o próximo ano, o que é agravado com valores entre R$ 10 milhões e R$ 13 milhões referentes a 2022 e que deverão ser pagos apenas em 2023.
O portal da UFU replicou um comunicado da Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior (Andifes) que criticou mais um contingenciamento de orçamento de universidades federais.
“Com surpresa e consternação, e praticamente no apagar das luzes do exercício orçamentário de 2022, as Universidades Federais brasileiras foram, mais uma vez, vitimadas com uma retirada de seus recursos, na tarde dessa segunda-feira (28)”, diz o comunicado.
A associação estima que, com o bloqueio de R$ 244 milhões, as instituições estarão inviabilizadas financeiramente.
“O governo parece 'puxar o tapete'cdas suas próprias unidades com essa retirada de recursos, ofendendo suas próprias normas e inviabilizando planejamentos de despesas em andamento, seja com os integrantes de sua comunidade interna, seus terceirizados, fornecedores ou contratantes”, diz a Anadifes.