*Conteúdo produzido por Flávio Castro
Cada vez mais percebo estudantes utilizando tablets na sala de aula e vejo com bons olhos essa tecnologia. Posso estar enganado, mas geralmente o estudante que investiu nesse equipamento é aquele que costuma copiar todos as aulas com muito capricho (afinal no tablet não existe garrancho né?), fazendo quadros sinópticos, esquemas e até adicionando fotos ou ilustrações aos conteúdos. As anotações ficam organizadas, coloridas, práticas. Resta saber, no entanto, se elas são consultadas ou esquecidas em alguma pasta de arquivos jpeg.
Na universidade é comum ver colegas que levam o notebook para a sala e digitam durante toda a aula. Anotam tudo obstinadamente, é possível ouvir o batuque dos dedos no teclado por horas a fio. Certamente não estão navegando ou conversando por mensagem, estão estruturando as falas dos(as) professores(as) e as perguntas dos colegas em parágrafos e textos. Eis a questão: os estudantes que usam o computador não costumam interagir e se limitam a transcrever as explicações com a velocidade de um escrivão profissional. Talvez o trabalho da transcrição não permita escutar uma explicação olhando nos olhos do docente ou mesmo ficar um tempo olhando pela janela da sala de aula, divagando ou simplesmente viajando na maionese. A única janela que olham, nesse caso, é a do editor de textos.
Há também aqueles que utilizam fichas e fichários. Geralmente gostam de fazer lettering, que é a arte de desenhar letras. São calígrafos meticulosos, que levam para a sala um arsenal de canetas coloridas, marcadores de textos, adesivos, réguas e demais badulaques modernos de papelaria. As fichas de aula ficam lindas, destacando sempre o título da matéria - ROMANTISMO, REVOLUÇÃO INDUSTRIAL, FATORAÇÃO, BACTÉRIAS - em cores vibrantes e fontes rebuscadas por arabescos. Eu sempre me pergunto se tanto esmero e capricho não exigem concentração total. Será que dá pra ouvir as explicações do professor e criar um alfabeto neogótico ao mesmo tempo?
Ah, sim. O onipresente celular com sua câmera fotográfica de alta definição, como não poderia deixar de ser, é uma ferramenta assídua nas salas de aula. Muitos estudantes preferem fotografar o quadro em vez de anotar as aulas no caderno. Alguns chegam, inclusive, a pedir que o professor se afaste um pouquinho (às vezes até no meio de uma explicação) para que consigam achar o enquadramento perfeito, sem reflexo ou excesso de luminosidade. Ainda é possível colocar efeitos brilhantes, molduras arrojadas e inserir textos ou traços. Neste caso, duas coisas me chamam a atenção. A primeira é: o que esses estudantes fazem durante a aula toda, ou seja, antes e depois de fotografar os quadros? E a segunda: o que é feito dessa enorme quantidade de fotos? Fico imaginando o trabalho que dá pra nomear os arquivos, pois são dezenas, às vezes centenas de fotos. Exemplo: BIOLOGIA. FRENTEII. Comensalismo. parte4.20/03 (risos) .Será que essas fotos são revistas? São transcritas para o caderno? Tenho lá minhas dúvidas.
E por final, mas não menos importante, há aqueles que ainda utilizam o velho e bom caderno, acompanhado de caneta, lápis, borracha e régua. Alguns copiam exatamente o que o(a) professor(a) escreveu no quadro; outros fazem anotações, comentários e verbetes. Muitas vezes olho para os cadernos repletos de palavras e me pergunto: será que eu falei tudo isso na minha aula? Tenho lá minhas dúvidas. Será que usam um caderno para cada matéria? Quantos cadernos são consumidos num ano letivo? Qual o peso de tantos cadernos e livros na mochila? Quantas árvores foram derrubadas para produzir tantos cadernos?
Como se vê, cada método tem suas vantagens e desvantagens. Alguns estudantes, aliás, sequer anotam as aulas. Preferem escutar o(a) professor(a), fazer perguntas, refletir, comentar. Eu, quando era estudante do Ensino Médio, tinha o hábito de desenhar rabiscos abstratos enquanto escutava meu professor de Geopolítica explicar que o Japão impulsionou sua economia desde o período Meiji (final do século XIX) por meio das zaibatsus, os aglomerados industriais, empresarias e financeiros que surgiram, muitas vezes, nas casas e quintais das famílias. É curioso, mas nunca me esqueci dessa aula e acertei uma questão sobre isso no vestibular.
Daí suponho que não importa o método ou a ferramenta, a melhor maneira de anotar uma aula é aquela que te deixa concentrado e interessado, independente de modismos, equipamentos ou tecnologias.
E você? Como costuma fazer suas anotações?
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Flávio de Castro é pós-graduado em Letras pela Unicamp e escritor. Escreveu Desaparecida (2018) e Minério de Ferro (2021), além de colaborar em diversas revistas, jornais e suplementos, Atualmente é pesquisador no Posling do CEFET-MG e professor de Literatura e Interpretação de Textos no Curso Det-Online.