Jornal Estado de Minas

Educação

Citar ou não citar, eis a questão? Para você tirar 1000 na redação do Enem

*Conteúdo produzido por Flávio de Castro 




“Todos os seres humanos nascem livres e iguais em dignidade e em direitos.” Você conhece esse trecho? Conhece? Sim, é o artigo 1º da Declaração Universal dos Direitos Humanos. Segundo alguns(as) professores(as) essa é uma citação “coringa”, ou seja, que pode ser utilizada em (quase) qualquer tema: educação, cidadania, inclusão, direitos humanos etc. Será que é assim mesmo? Eu tenho minhas dúvidas. Não consigo conceber a presença dessa citação em uma redação sobre “Lixo eletrônico”, por exemplo. Vejamos: Conforme atesta a conforme diz a Declaração Universal dos Direitos Humanos, “todos os seres humanos nascem livres e iguais” e, sendo assim, todos podem jogar livremente suas pilhas velhas e cabos HDMI usados no mesmo e igualitário lixo. Ficou péssimo, né? A citação, neste caso, é que foi parar no lixo! Citar por citar pode ser ruim para o seu texto. Então antes de sair por aí citando a torto e a direito, vamos relembras os principais motivos pelos quais citamos.




Comecemos com a citação de autoridade. Em princípio essa é a melhor forma de citação, pois vem subsidiar aquilo que argumentamos com uma fonte de saber notório. Por exemplo, citar a filósofa Hannah Arendt em um texto sobre as diversas formas da violência pode ser bastante elucidativo. Assim como citar o antropólogo Darcy Ribeiro em uma proposta que trate da cultura ou do povo brasileiro. Trata-se de um procedimento seguro e confiável. O único problema é que pode afetar a originalidade do texto, pois muitas vezes algumas citações são demasiadamente previsíveis. Talvez citar uma autoridade não tão óbvia assim pode vir a enriquecer sua argumentação. Em lugar de famosa obra da Arendt, quem sabe não vale à pena acionar o escritor italiano Primo Levi? E que tal se além do mestre Darcy não cabe citar o também antropólogo Roberto DaMatta? Opções de autores e trechos, definitivamente, não faltam. Fica aqui a sugestão de, ao menos nos simulados e redações semanais, arriscar um pouco e tentar sair da segurança da obviedade.

Outro motivo para a citação é a ampliação. Muitas vezes é possível citar um trecho para expandir nossa argumentação para outras esferas e possibilidades (sem jamais fugir do tema!). Imagine um tema de Redação sobre o problema de mobilidade pública nas grandes e médias cidades do Brasil. Nesse caso é possível articular, por exemplo, a capciosa declaração de Enrique Peñalosa, ex-prefeito de Bogotá: "Uma cidade desenvolvida não é aquela em que os pobres podem andar de carro, mas aquela em que os ricos usam o transporte público.". Ao passo que a questão da mobilidade está sendo contemplada, ela também está sendo ampliada para uma esfera maior, de ordem continental, o que demonstra uma visão de mundo ampla por parte do candidato sem, no entanto, se afastar do tema e do contexto brasileiro.

Finalmente, lembremos que a citação pode servir para a exemplificação de um argumento ou contexto. Uma obra de arte pode ser lembrada como forma de demonstração de conhecimento efetivo acerca de um tema proposto. Os filmes “Aquarius” (2016) e “O som ao redor” (2012), do pernambucano Kleber Mendonça Filho, podem cair como uma luva para exemplificar, ainda que de modo ficcional, questões relativas à especulação imobiliária, ao déficit habitacional ou uso do espaço público. Um bom exemplo não serve apenas para ilustrar a argumentação, mas também para demonstrar ao examinador que o candidato está bem preparado para discutir o tema e relaciona-lo com sua própria vivência e cultura.





O ideal será, portanto, citar no momento certo e em acordo com a finalidade desejada. Lembremos também que a citação pode ser direta, indireta ou ainda vir na forma de alusão ou paráfrase. Mas quando saber como e por quê citar? Só tem um jeito – citando.

Pode parecer óbvio, mas é escrevendo e reescrevendo que se aprende a escrever.

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Flávio de Castro é bacharel e pós-graduado em Letras pela Unicamp e escritor. Escreveu Desaparecida (2018) e Minério de Ferro (2021), além de colaborar em diversas revistas, jornais e suplementos literários. Atualmente é pesquisador no Posling do CEFET-MG e professor de Literatura e Interpretação de Textos no Curso Det-Online