O projeto denominado Desenvolvimento de Fitoterápico para Tratamento de Diabetes Mellitus e Obesidade, da professora Fernanda Oliveira Magalhães, do curso de medicina da Universidade de Uberaba (Uniube), está entre os 60 finalistas do Prêmio Euro Inovação na Saúde.
O feito da médica, especialista em endocrinologia e metabologia, foi divulgado pela universidade nesta segunda-feira (12/6). Ela também coordena o Núcleo de Ensino, Pesquisa e Extensão (NEPE) do Mário Palmério Hospital Universitário (MPHU) e do Hospital Regional José Alencar (HRJA).
Conforme a Uniube, o evento oferece 1 milhão e 50 mil euros em prêmios para 12 vencedores. Foram cerca de 700 trabalhos inscritos, de médicos de 17 países da América Latina. A votação acontece até o dia 27 e os vencedores serão divulgados entre agosto e setembro deste ano.
Ainda segundo a Uniube, os principais prêmios serão concedidos aos três primeiros lugares nas categorias "Inovação tecnológica aplicada à saúde", "Inovação em terapias", "Inovação em processos relacionados à saúde" e "Inovação social e sustentabilidade em saúde".
O projeto
A professora universitária destacou que o projeto foi iniciado há 18 anos. “Tudo começou com a ideia de um aluno da medicina, na época, de estudar uma planta que popularmente é usada para o tratamento de diabetes e que ajudava também na perda de peso”, contou.
Ela complementa que já tem relatos de casos de uso espontâneo de extratos de duas plantas (Plathymenia reticulata e NIM (Indiana)) em indivíduos diabéticos e com excelentes resultados. “Com normalização dos índices glicêmicos, perda de peso e normalização de colesterol e triglicérides”.
Por outro lado, a médica explicou que, até o momento, os estudos com os extratos das duas plantas estão priorizados em modelo animal de diabetes tipo 1. “Com excelentes resultados, com diminuição da glicemia e com melhora dos lípides. No momento, também estamos desenvolvendo o modelo animal de diabetes tipo 2. Além disso, nós observamos que a Plathymenia é excelente para diminuir a glicemia, e o NIM é muito bom para o controle de peso e aumenta a ingestão alimentar dos animais", explica.
E se ganhar o prêmio?
Segundo a médica da Uniube, caso o projeto dela for um dos escolhidos do Prêmio Euro, ela e sua equipe pensam em desenvolver um produto fitoterápico. “Se nós ganharmos, não será só um prêmio financeiro. Vai nos ajudar a entrar em contato com parcerias e tentar fazer transferência de tecnologia de todos esses estudos que estamos desenvolvendo nesses 18 anos de pesquisa; e também concretizar o desenvolvimento do primeiro fitoterápico para o tratamento de diabetes e de obesidade que se conhece. Até o momento, não temos comprovadamente nenhum produto fitoterápico que trata o diabetes mellitus ou a obesidade”, comentou.