A primeira vacina foi criada por Edward Jenner, em 1789, para combater a varíola. Desde então, várias outras foram desenvolvidas, contribuindo para a contenção de surtos e epidemias como a do H1N1, Coronavírus (Covid19) e, até mesmo, para o aumento da expectativa de vida da população mundial.
Mas qual o papel das vacinas em nosso organismo? Para responder esta pergunta, é preciso saber que nosso sistema imunitário é formado principalmente pelos glóbulos brancos, os leucócitos. Entre os tipos de leucócitos, há os linfócitos, responsáveis pela produção de anticorpos, que são as “proteínas de defesa” do nosso organismo.
Quando algum antígeno – que são substâncias estranhas ao organismo, como vírus e bactérias – entra no nosso corpo, ele é percebido pelos linfócitos, que começam a produzir anticorpos específicos para combatê-lo. Depois que são produzidos estes primeiros anticorpos, os linfócitos são capazes de se multiplicar e todos estes novos linfócitos têm a capacidade de produzir o tal anticorpo.
Quando a pessoa doente começa a sarar, é reduzida a quantidade de anticorpos em seu organismo, mas ela não volta à estaca zero. É como se sobrasse um pouquinho, o que é chamado de memória imunológica.
Com isso, se o indivíduo for exposto pela segunda vez ao mesmo vírus ou bactéria, ele conseguirá produzir anticorpos em uma quantidade muito maior e em menos tempo. Dessa forma, o antígeno será combatido antes mesmo dos sintomas da doença se manifestarem.
Há formas ativas e passivas da pessoa ficar imune a determinada doença. Na imunização ativa, o indivíduo irá produzir os próprios anticorpos. Isso pode acontecer de forma natural, quando ele pega a doença, ou de forma artificial, por meio das vacinas.
Nas vacinas, será injetado o antígeno causador de determinada doença no corpo do indivíduo, para que ele produza os anticorpos específicos e, quando este antígeno vier novamente, a produção de anticorpos seja rápida. É claro que o objetivo não é que ninguém fique doente quando toma a vacina. Para isso, são utilizados antígenos mortos, enfraquecidos ou somente uma parte do antígeno.
A imunização ativa garante a memória imunológica, impedindo que a mesma doença seja adquirida mais de uma vez. No caso da influenza (a gripe), os vírus sofrem mudança constante e, a cada mudança, é como se estivéssemos pegando o vírus pela primeira vez. Por isso, é importante se vacinar anualmente.
Há alguns casos, no entanto, em que os antígenos são tão fortes que não dá tempo de esperar o organismo produzir os anticorpos. É necessário que o indivíduo já receba os anticorpos prontos, na forma do soro.
Essa é a imunização passiva artificial, usada, por exemplo, nos casos de picadas de cobra ou escorpião.
Há, ainda, a imunização passiva natural, que consiste nos anticorpos que recebemos de nossas mães por meio da placenta e da amamentação. Na imunização passiva, a pessoa é imediatamente imunizada, porém, não adquire memória imunológica.
No caso do H1N1 ou Covid 19, além da vacinação há formas simples de prevenção: evitar contato (abraços e apertos de mão) com pessoas que contraíram o vírus, lavar as mãos com frequência, deixar ambientes arejados, cobrir boca e nariz sempre que tossir, evitar colocar a mão no rosto depois de encostar em maçanetas, corrimãos, apoios de ônibus ou metrô e, claro, usar máscaras, manter hábitos saudáveis em relação a alimentação, ingestão de água e exercícios físicos.
Artigo de Biologia do Percurso Pré-vestibular e Enem