O Enem não é uma prova comum! Como ela é corrigida pela Teoria de Resposta ao Item - a TRI, o cálculo das notas não é feito como nos vestibulares tradicionais. Nessas provas, a cada um acerto é contabilizado um ponto. No Enem não é assim... O maior número de acertos não necessariamente corresponde à maior nota.
Pra exemplificar, dá uma olhada nesses dados do Enem de 2019:
Na prova de Matemática, para 20 acertos teve uma pessoa que tirou a nota de 491,3 e uma outra que tirou 739,2. Uma variação de 247,9!
E mais: uma pessoa com 30 acertos teve uma nota de 733,6, enquanto uma pessoa com 20 acertos teve uma nota de 739,2. Ou seja, 5,6 pontos a mais para 10 acertos a menos!
A princípio, quando olhamos os números, mas não entendemos a metodologia, nos parece injusto essa forma de avaliação. Mas ela não é! É a metodologia adotada pelos países desenvolvidos e é utilizada há quase um século.
Mas o que a TRI leva em consideração para calcular a nota?
1. A quantidade de acertos que o aluno obtem na prova: quanto maior o número de acertos, maior é a tendência de alcançar notas maiores.
2. A dificuldade dos itens acertados: a prova do Enem tem, aproximadamente, 25% de questões fáceis, 50% de questões médias e 25% de questões difíceis. Esse nível de dificuldade sugere um valor de nota. E, atenção: as questões no Enem são pré-testadas, o que permite que se tenha, antes da prova, a noção da dificuldade de cada
questão.
3. A coerência pedagógica dos acertos: espera-se que o aluno dê conta de responder todas as questões fáceis, o máximo possível de questões médias e o que der de questões difíceis. Quando ele erra uma questão fácil e acerta uma questão difícil a TRI entende que o acerto foi obtido por chute e a nota dele cai. É por isso que para o mesmo número de acertos temos notas tão diferentes.
Então, como pensar a prova do Enem a partir desses parâmetros?
É muito importante ter uma boa estratégia de prova. Lembre-se que o Enem funciona como um concurso público e, nesses casos, o objetivo é diferenciar o muito bom aluno do excelente aluno. É literalmente quem erra menos e de forma mais inteligente.
Quando começar a ler a prova é essencial identificar qual é o nível da questão que irá fazer. E, para isso, você deve ler, primeiramente, o comando. Todas as questões de nível fácil e médio devem ser feitas no ato da leitura e todas as questões de nível difícil devem ser deixadas para o final. Essa estratégia garante uma elevação do algoritmo matemático e, com isso, uma média maior na prova. As questões difíceis devem ser feitas posteriormente (lembra que quanto maior o número de acertos melhor?), depois de você já ter garantido a coerência pedagógica exigida pela TRI. “E se eu souber a questão difícil, número 5, da prova de Humanas, eu faço no ato da leitura do enunciado?” Não! Pula! Normalmente, as questões mais difíceis gastam mais tempo para serem resolvidas e se você a resolve primeiro corre o risco de chegar na questão
número 45, fácil, e errar por cansaço. Isso seria triste! Por mais que você saiba a questão difícil, você não terá certeza do tempo que gastará para responder. Sugiro que marque todas as difíceis que sabe fazer para não perder tempo quando for voltar para resolvê-las.
Além de observar quais questões fazer primeiro e quais questões deixar para depois, também é importante observar qual ordem de prova fazer primeiro. Por que? Porque as provas do Enem têm pontuações máximas diferenciadas e é importante fazer primeiro as provas que te permitem uma pontuação maior.
No primeiro dia de prova temos Redação, Humanas e Linguagens. E essa é a ordem de valor máximo dessas provas. Por isso, quando começar a responder vá direto para a Redação. É a única prova do dia que você poderá tirar 1.000! Se não quiser fazer a Redação toda de uma vez, deixe pelo menos a estruturação do que vai desenvolver posteriormente. Depois disso, descanse 5 minutos e siga para a prova de Humanas. Faça as fáceis e médias e deixe as difíceis para o final. Terminada as, aproximadamente, 33 questões de Humanas, descanse mais 5 minutinhos e vá para a prova de Linguagens. Mesmo esquema: primeiramente, fáceis e médias, e deixe para o final as difíceis. Fazendo assim, você tem mais chance de ter conseguido
um bom algoritmo matemático e tudo que você fizer a partir daí só ajuda no aumento da sua pontuação. Essa estratégia também contribui caso você tenha que chutar alguma questão por falta de tempo. Como as difíceis ficaram para o final, se você chutar alguma, terá a certeza que não comprometerá sua coerência pedagógica e todo acerto contribuirá para o aumento da nota. Dessa forma, tudo que você acertar no chute será muito bom! Já no segundo dia, a mesma estratégia do primeiro dia deve ser repetida. Comece pela prova de Matemática. É a única que você poderá se aproximar de 1.000 pontos!
Mas um detalhe: você precisa treinar essa estratégia antes de fazer o Enem. Por isso, faça o Simuladão Raio-x do Enem e coloque em prática tudo que aprendeu aqui. É só assim que você terá a noção exata do que deu certo e do que pode ser melhorado.
Esse é um ponto fundamental da sua preparação.
Simuladão Enem 2021
Parceria
SAS Plataforma de Educação
,
Colégio Determinante (Belo horizonte)
e jornal Estado de Minas.
Data: 24 e 31 de outubro
Horário: Das 13h às 19h
Inscrições gratuitas pelo link:
Provas on-line: o aluno receberá o link pelo e-mail informado no ato da inscrição Provas presenciais: sede do Determinante Pré-vestibular, na Rua Tomé de Souza, 701, Savassi, em BH às 13h.
Esse artigo foi escrito pela prof. Camila Ferreira, fundadora do Determinante Pré-vestibular e Me Aprova.