(none) || (none)
Publicidade

Estado de Minas EXAME NACIONAL

Enem: estudante deve dar atenção máxima com redação e matemática

Redação e matemática valem, por si só, uma prova inteira só para elas e, por isso, assumem cada uma o peso dos 1 mil pontos


20/11/2021 04:00 - atualizado 20/11/2021 06:30

Colégio Santo Agostinho, Contagem
Aula preparativa para prova de redação no Colégio Santo Agostinho, em BH: análise crítica (foto: Divulgação/SIC)
 
O Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) conta com duas provas decisivas. São tão importantes que, ao contrário de todas as outras disciplinas, não estão agrupadas em áreas. Redação e matemática valem, por si só, uma prova inteira só para elas e, por isso, assumem cada uma o peso dos 1 mil pontos.

Ir bem nelas é praticamente garantir a entrada no ensino superior. Aplicadas uma a cada domingo, a produção de texto dá o primeiro passo, amanhã (21/11), do caminho rumo à universidade. Tema neutro deve dar o tom do teste escrito da edição 2021 da maior avaliação do país.

O tema da redação do Enem é sinônimo de apostas e a notícia mais esperada do primeiro domingo do exame. Não é à toa que ele é divulgado pouco depois do início da prova pelo próprio Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep). Mas, esse ar de “segredo” que ronda o teste tem por trás uma estrutura bem rígida e racional a ser obedecida.

Apesar da neutralidade prometida aos quatro cantos neste Enem, a redação tem na crítica, literalmente, sua matriz. A competência 3 da matriz de referência pede análise crítica do participante.

“No manual de corretores disponibilizados pelo Inep, percebemos que o Enem quer análise, quer que o estudante se posicione e proponha intervenções”, lembra o professor de redação e literatura do ensino médio Jean Santos Otoni, coordenador de língua portuguesa e produção de textos da unidade Contagem do Colégio Santo Agostinho.

Nesse projeto de texto, introdução, desenvolvimento e conclusão cabem em quatro parágrafos. O aluno deve selecionar a tese, com dois pontos de discussão, clara desde a abertura e articulada com a proposta de intervenção.

“A pontuação unilateral não é tão interessante. Se fala de questões do trabalho, dentro do trabalho falo da informalidade gerada pelo desemprego e da qualificação das pessoas, ou seja, dois pontos dentro de uma tese”, explica o professor.

O repertório sociocultural também conta pontos, afirma o mestre. E não precisa buscá-lo longe, em teorias filosóficas. Uma série ou filme articulado ao texto pode fazer esse papel.

“Se estudou ‘Tempos modernos’ com o professor de história, pode usá-lo. Ou ainda um filme recente, como ‘Um senhor estagiário’. O aluno não precisa sair do mundo dele para buscar algo longe de seu universo”, afirma Jean Otoni.

Já as competências 1 e 4 da matriz de referência tratam da gramática, logo, o texto precisa atender a linguagem formal, objetiva e clara.

“Às vezes, os estudantes estão acostumados a levar para o texto a forma como falam. Isso deve ser evitado, pois mostra que não tem vocabulário, não fez seleção lexical. E não se pode esquecer dos fatores de coesão e de que é preciso articular frases e parágrafos”, orienta o professor de redação. “Cumprindo algumas dessas cinco competências, o candidato atinge praticamente 600 pontos do texto”, garante.

Jean Otoni pensa que este ano o MEC investirá em tema ligado à educação ou tecnologia, considerado o que o estudante viveu no momento em que as escolas estiveram fechadas por causa da pandemia.

“Quando se discutiu desigualdades entre as regiões brasileiras (Enem digital 2020), a prova queria avaliar o estudante enquanto protagonista. Agora, talvez queira o protagonismo de enxergar que nas escolas particulares as aulas continuaram e na rede pública não. Se essa educação chegou para todos, se a tecnologia é acessível, se há democratização da tecnologia para acesso às aulas.”

“Colegas pensam em temas muito mais polêmicos, como políticas públicas para questão menstrual, mas não acredito em polêmicas assim”, afirma. Outra possibilidade é a questão do trabalho, mas também relacionado à tecnologia, como novas profissões que podem surgir com o avanço da tecnologia na pandemia. “Na redação, muitos temas vão abrir possibilidade para questionamento do próprio governo, não tem jeito.”

EVOLUÇÃO

Aluna do 3º ano do ensino médio, Laura de Paulo Amaral, de 17 anos, conta que nos últimos três anos sua produção de texto evoluiu bastante em uso de repertório, argumentação e proposta de intervenção. “A preparação começa de forma mais intensa no 1º ano em que começamos a trabalhar os temas e como fazer texto dissertativo-argumentativo. Hoje, consigo fazer texto muito mais articulado”, relata a garota, que tentará vaga em medicina.

Segundo ela, a rotina de pelo menos três redações por semana a ajudou a amenizar a pressão psicológica e deixá-la mais calma para escrever. Na tentativa de “adivinhar” o que pode cair, ela segue a linha de seu professor: “Os temas sempre têm algo a ver com o que se passou no ano. Mas, é muito difícil pegar um leque tão grande e dizer que será esse. São temas muito variados e alguns até improváveis. O segredo é se preparar.”

PARA ARRASAR NA redação

  1. Leia as instruções da prova e para preenchimento
  2. Leia a frase temática, volte para o caderno de provas, faça metade dela e só depois desenvolva o rascunho da redação
  3. Faça correção de toda prova antes de passar à caneta
  4. Evite fazer referência a qualquer trecho que esteja na prova ou nos textos motivadores. Eles servem de pílula para escrever o tema. Não podem ser parafraseados.
  5. Escolha a caneta ideal para que sua letra fique legível, de preferência, de ponta fina.
FONTE: Jean Otoni/Colégio Santo Agostinho

*Para comentar, faça seu login ou assine

Publicidade

(none) || (none)