Meio que virou um mantra no mercado de trabalho: precisamos de profissionais qualificados em tecnologia. Há demanda, mas não tem oferta. Sobra vaga, falta profissional. Cenário desafiador, mas que, por outro lado, alguns setores da área em Minas Gerais seguem aquecidos. De acordo com levantamento da Robert Half, empresa de recrutamento especializado, os profissionais do segmento de tecnologia são os mais procurados, além de serviços, saúde e educação.
O problema é que há anos a área de tecnologia tem enfrentado esse gargalo. Há vagas, mas falta profissionais qualificados. Assim, cargos ficam vazios à espera de ocupação. O que fazer e o que tem faltado para a equação equilibrar? “Essa situação é compatível com o que encontramos no mercado. O consumo de tecnologia é progressivamente maior e a tendência é permanecer dessa forma. Em contrapartida, o mercado não forma profissionais com a mesma agilidade. Além de não formar tecnicamente, os profissionais precisam de tempo para ganhar robustez e experiência nas funções, e isso não é passível de ser encurtado”, alerta Flávia Alencastro, gerente sênior de recrutamento da Robert Half.
Mas para Flávia Alencastro, “mesmo com algumas incertezas no âmbito econômico, há setores pontuais aquecidos e outros que estavam com demanda por contratações reprimida e, agora, estão em ritmo de retomada. As empresas desenvolvedoras de software, prestadoras de serviço e alguns setores de mineração são exemplos de empresas contratantes”, destaca a gerente.
Na área de tecnologia, as posições com maior demanda em Minas são gerente de TI, desenvolvedores, analistas de processo de negócio e gerente de projetos. Além disso, as posições na área administrativa financeira como controller/controladoria, auditoria interna e RH têm sido demandadas no mercado de trabalho. “Encontrar profissionais para as posições na área de TI é o maior desafio no momento, pois há um volume alto de vagas, com elevada exigência e um baixo número de candidatos qualificados para as posições. Por isso, é muito importante que os profissionais busquem especialização e atualização constante”, recomenda Flávia Alencastro.
A profissão de analista de inovação ou cientista de dados surge com uma nova demanda na região mineira e se destaca pelo alto nível de exigência, já que se trata de uma função emergente dentro das empresas. “O cientista de dados definitivamente é um profissional bastante demandado. Mas também temos outras carreiras em alta”, chama a atenção a gerente.
O mercado está a cada dia mais exigente e a alta concorrência faz com que a seleção também seja ainda mais criteriosa. “Existem diversos tipos de profissionais demandados no mercado. Desde profissionais extremamente técnicos aos gestores. Linguagens técnicas específicas e os gestores de todo o time.” Minas é apontada como novo “vale do silício”, o que dizer dos profissionais do estado? Eles têm o perfil esperado? “Minas Gerais é conhecido por ter bons cursos e formar tecnicamente bons perfis. Profissionais de tecnologia como um todo são disputados. Quando há uma boa formação, conhecimentos técnicos fortes, domínio do inglês e bom perfil comportamental haverá disputa”, destaca Flávia Alencastro.
Não há como contradizer o fato de a área de tecnologia ser a mais cobiçada e com as melhores oportunidades no mercado de trabalho atualmente. Flávia Alencastro destaca que “existe uma variedade grande de possibilidades quando falamos em tecnologia. Elas variam desde uma posição técnica a uma posição de gestão em uma grande empresa. E não necessariamente são os mesmos perfis que vão se encaixar nessas posições. Cargos desejados são aqueles que apresentam fortes desafios, liberdade de criação e salários competitivos. Os motivadores dos profissionais de tecnologia variam de acordo com o perfil”.
Potencial mineiro
O mercado está a cada dia mais exigente e a alta concorrência faz com que a seleção também seja ainda mais criteriosa. “Existem diversos tipos de profissionais demandados no mercado. Desde profissionais extremamente técnicos aos gestores. Linguagens técnicas específicas e os gestores de todo o time.” Minas é apontada como novo “vale do silício”, o que dizer dos profissionais do estado? Eles têm o perfil esperado? “Minas Gerais é conhecido por ter bons cursos e formar tecnicamente bons perfis. Profissionais de tecnologia como um todo são disputados. Quando há uma boa formação, conhecimentos técnicos fortes, domínio do inglês e bom perfil comportamental haverá disputa”, destaca Flávia Alencastro.
Quebrar paradigmas
Na era digital, a escolha da profissão ligada à área de tecnologia parece ser “música” de uma nota só. O que leva ainda mais dúvida para o jovem de agora em saber qual carreira seguir. O maior receio é de, ainda na faculdade, a carreira simplesmente se tornar obsoleta, ultrapassada diante da velocidade de transformação. Para Flávia Alencastro, “é muito importante visualizar o quanto a tecnologia afeta e continuará afetando a vida das pessoas e das empresas. Essas mudanças atingem desde a forma como nos relacionamos até a gestão de uma grande corporação. Constantemente, somos convidados a repensar e a quebrar paradigmas quanto à novas formas de administrar. Acredito que carreiras ligadas à tecnologia, inteligência artificial e transformação digital etc. estarão em alta por bastante tempo. Além de avaliar a demanda do mercado para determinadas carreiras, vale o convite e a análise para uma outra reflexão. Escolher uma carreira que terá demanda é importante, mas ela precisa estar alinhada com o perfil do profissional que vai desempenhá-la”.
Nesse cenário de dúvidas dos profissionais do futuro, ainda surgem questionamentos sobre a necessidade da chamada formação acadêmica tradicional. O que dificulta ainda mais saber para onde caminhar. “A oferta de cursos no mercado é ampla. Não necessariamente, uma graduação tradicional seja o único caminho para se especializar e desempenhar a função”, acredita Flávia Alencastro.
Mineração
Por fim, de todos os setores que se apresentam no mercado, Flávia Alencastro enfatiza que a mineração está em alta. “O setor passou e passa por momentos delicados. Porém, não deixou de ser um segmento que move grande parte da economia de Minas Gerais. O número de empregos e volumes financeiros que giram em torno dessa atividade não passam despercebidos. Temos um grande volume de profissionais que desenvolveram suas carreiras no setor e são especialistas. Existem graduações exclusivas para o segmento. Empresas nacionais e multinacionais com grandes operações estão instaladas no estado. Não se trata de alta, mas o impacto na economia e na carreira dos profissionais é bastante representativo.”Além de avaliar a demanda do mercado para determinadas carreiras, vale o convite e análise para uma outra reflexão. Escolher uma carreira que terá demanda é importante, mas ela precisa estar alinhada com o perfil do profissional que vai desempenhá-la
Flávia Alencastro, gerente sênior de recrutamento da Robert Half
A Robert Half, com expertise de recrutamento e seleção de profissionais especializados e qualificados, sempre monitora o mercado e sabe o que acontece. Flávia Alencastro diz que “demandas em todos os segmentos da economia chegam a nós. Independentemente do momento da empresa, contratações estratégicas ocorrem sempre. Seja porque o momento é positivo e existe um aumento de quadro, seja porque o momento é delicado e mudanças precisam ocorrer”.
O que não pode é desanimar, desistir. Focar, capacitar e correr atrás são características primordiais no atual momento do país, que não consegue frear o desemprego ao mesmo tempo que sofre com a falta de qualificação. O oitavo Índice de Confiança Robert Half (ICRH) apontou que a taxa de desemprego é menor entre profissionais com nível superior e com idade igual ou superior a 25 anos, quando comparado à média geral da população. No primeiro trimestre de 2019, 6,1% dos profissionais com nível superior estavam desempregados, contra 12,7% da taxa nacional divulgada pelo IBGE.
O que não pode é desanimar, desistir. Focar, capacitar e correr atrás são características primordiais no atual momento do país, que não consegue frear o desemprego ao mesmo tempo que sofre com a falta de qualificação. O oitavo Índice de Confiança Robert Half (ICRH) apontou que a taxa de desemprego é menor entre profissionais com nível superior e com idade igual ou superior a 25 anos, quando comparado à média geral da população. No primeiro trimestre de 2019, 6,1% dos profissionais com nível superior estavam desempregados, contra 12,7% da taxa nacional divulgada pelo IBGE.
CIO's elegem as 10 profissões do futuro em tecnologia
Pesquisa da Robert Half com executivos líderes de TI apontam as carreiras e funções emergentes na área por conta dos avanços tecnológicos. A informação faz parte da pesquisa global realizada pela empresa com 1.126 CIOs de oito países, sendo 108 deles do Brasil. No país, os 10 cargos emergentes mais indicados são:
1º – CIoTO – Chief IoT Officer (opinião de 38% dos CIOs)
2º – Cloud builder/cloud computing engineer (37%)
3º – Wearable technology experts (36%)
4º – 3D printing jobs (35%)
5º – Robotic software engineer (34%)
6º – Incident detection innovator (31%)
7º – Hardware technician (30%)
8º – Information security specialist/security strategist (29%)
9º – Counterespionage analyst (29%)
10º – Chief data officer/data protection office (23%)