Um levantamento feito pelo LinkedIn, em parceria com a Price Waterhouse Coopers Auditores, concluiu que em todo o mundo são desperdiçados, a cada ano, US$ 19,8 bilhões em contratações malsucedidas. O estudo mostrou ainda que a produtividade perdida em virtude desse problema chega a US$ 130 bilhões. Somente no Brasil são US$ 11 bilhões em riquezas não geradas por problemas na contratação.
Tendo em vista esse cenário, Du Migliano, cofundador da 99jobs, ressalta os pontos que devem ser analisados por quem ainda opta pelos processos tradicionais de recrutamento de pessoas.
Otimização de tempo dos envolvidos – De acordo com estudo divulgado pelo Huffington Post, a etapa de escolha de um candidato é o processo que leva mais tempo para ser concluída: gasta-se uma média de 24 horas para selecionar um profissional, mas essas horas não são corridas, costumam ser divididas no decorrer dos dias, podendo demorar até duas semanas para se chegar a uma decisão final. Na maioria dos processos seletivos tradicionais, os candidatos precisam se deslocar até a empresa para realizar novas etapas do processo, como dinâmicas de grupo e entrevistas, e isso demanda tempo e dinheiro deles também. Já com a ajuda da inteligência artificial, as dinâmicas de grupo, performances e até mesmo entrevistas iniciais podem ser realizadas em ambiente virtual, sem a necessidade de deslocamento.
Redução de custos – Desde a divulgação da vaga até a contratação, custa para a empresa, em média,R$ 3 mil (custos somados com gastos em veículos que divulgam vagas, locação de espaços para dinâmicas de grupo, especialistas para avaliação dos candidatos etc.), além do salário mensal do recrutador. Já um processo seletivo on-line, com a ajuda da IA e outras ferramentas tecnológicas para recrutar e selecionar os candidatos, o valor do investimento pode ser bem menor. Em alguns casos, um processo seletivo virtual pode reduzir em até 75% ao ano, os gastos com a divulgação das vagas, consultorias especiais etc. Isso porque as plataformas destinadas à realização de tal recrutamento já incluem todos esses itens no pacote.
Assertividade – De nada vai adiantar investir tempo e dinheiro se não for possível encontrar os talentos certos, que realmente tenham compatibilidade com a empresa. Analisar as características de cada candidato a mão, é um tanto quanto burocrático, cansativo, e uma prática que pode sofrer interferências de viéses inconscientes por parte do recrutador. Utilizando a inteligência artificial nesses processos, é possível cruzar, em poucos segundos, as características dos candidatos e traçar perfis, sejam eles totalmente compatíveis ou não compatíveis com o exigido pela empresa, reduzindo assim, o índice do turnover.
Atração do candidato para a vaga – Além dos tradicionais portais de emprego nos quais é possível divulgar as vagas, é viável chegar até o perfil do candidato que se deseja atrair por meio dos algoritmos da inteligência artificial. Desde o início do processo, os chatbots, robôs que simulam seres humanos, podem ser programados para entender as respostas e avaliar os pré-requisitos dos candidatos, conversando com eles pelo Facebook, Messenger, ou outros canais atuais. As conversas e as experiências vivenciadas por meio desses robôs já demonstraram, em alguns processos, aumento de mais de 70% na satisfação dos participantes, ao entenderem que a tecnologia ajudou a tornar o processo mais meritocrático, justo e coerente.
Personalização do processo de acordo com a proposta da empresa – Quer coisa mais interessante do que poder criar uma identidade para o processo seletivo? O primeiro impacto da sua comunicação, como a empresa vai se apresentar ao candidato contribui muito para uma melhor aderência de perfis e contratações assertivas. Se a empresa está com processo seletivo aberto para contratar candidatos mais seniores, ou com foco em inclusão social, por exemplo, personalizar o processo seletivo em ambiente virtual pode ser a mais inteligente das saídas.