No ano de 2020, o mercado de trabalho e de contratações sofreu grandes mudanças e ensinou importantes lições para profissionais e para as organizações. De um lado, tínhamos a adaptação dos contratados ao lidar com um cenário mais flexível e remoto, enquanto que do outro, as empresas precisaram se adaptar ao mundo do digital e às novas rotinas de trabalho.
Segundo a especialista em RH, Denise Asnis, que também é fundadora da Taqe (https://www.taqe.com.br/), plataforma de recrutamento e seleção digital, o mercado ainda sofrerá com muitas mudanças e uma das tendências vivenciadas nos próximos anos será a rotina híbrida, as novas estratégias de retenção de talentos e os processos seletivos focados em diversidade entre outros.
"O ano de 2020 foi desafiador e trouxe inúmeras transformações. Mas, apesar disso, ele veio para nos lembrar que é durante as crises que aprendemos e evoluímos. Essa rotina de trabalho mais flexível trouxe uma nova visão para o mercado e as empresas puderam criar ações mais estratégicas, alinhadas com seus valores e objetivos", comenta a profissional.
Fundada em 2017, a Taqe é uma HRtech que atua como conectora de todo o ecossistema de empregabilidade e oportunidades. Com base em sua inteligência de dados, a startup já identificou um aumento de até 400% na efetividade de seus processos seletivos, o que garante uma análise de todos os currículos, permitindo a contratação de até 8 entre 10 candidatos. Atualmente, a plataforma tem mais de 750 mil usuários e 5,6 milhões de matches realizados. Dentre as empresas que já usaram a solução Taqe estão nomes como Natura, Santander, Callink, Deca e Coca Femsa.
Denise Asnis destaca as principais mudanças de 2021
• Rotina híbrida, talentos globais e novos formatos de contratação
O modelo de home office ou anywhere office, que muitas empresas estão adotando, trouxe grande flexibilidade para o mercado como um todo e, consequentemente, impactou no modelo de contratação, pois permite que as organizações contratem pessoas de diferentes partes do país e do mundo e faça isso de forma 100% digital. "Essas mudanças foram ótimas, já que impactaram positivamente nas rotinas de trabalho. De um lado, os profissionais conseguiram ter mais flexibilidade e independência, as empresas puderam se conectar com pessoas de diferentes regiões e assim, trazer mais diversidade para o time e conseguiram fazer essa seleção de uma forma diferente, pois o digital ajudou muito nesse sentido".
• Processos seletivos focados em diversidade, inclusão e soft skills
As empresas darão mais atenção para as questões de diversidade e o processo seletivo passará ter um olhar maior para as soft skills. "Isso nos leva a duas tendências: a primeira é que as contratações serão apoiadas na avaliação de perfis profissionais e pessoais. E, a segunda é que o foco será na contratação de pessoas com excelentes habilidades comportamentais frente ao conhecimento necessário ou formação".
De acordo com a especialista, em 2021, mais do que nunca, os processos seletivos irão avaliar a qualidade do pensamento estratégico e inovador do candidato e a capacidade de adaptação e agilidade para solucionar problemas.
• Novas estratégias para a retenção de funcionários
Os benefícios e a assistência médica serão usados como estratégias para reter os melhores profissionais nas empresas. Além de que, no momento atual, um notebook e um auxílio para estruturar o home office contam bastante. "Podemos dizer que esse mercado deve democratizar esse benefício não só em valor, mas em modalidades. As empresas devem pensar em diferentes formas de oferecer cuidado médico, inclusive, para os profissionais part time ou que trabalham por projeto."
• Transição de Carreira
Uma grande aposta para o próximo ano é a migração de profissionais para a área de tecnologia, que tem diversas vagas que não conseguem ser preenchidas por falta de mão de obra qualificada. Dentre os segmentos em destaque estão a segurança da informação, ciência de dados, engenharia de software, infraestrutura de TI e business intelligence. "O mercado em 2021 exigirá ainda mais o domínio de ferramentas tecnológicas, será um grande fator de diferenciação e uma enorme vantagem competitiva."
• A marca empregadora e os processos seletivos
Uma das áreas que ganhou espaço nos últimos anos e vem sendo vista de forma cada vez mais estratégica é a construção da marca empregadora. "É preciso fazer com que os candidatos desejem trabalhar na empresa, mostrando as atitudes que revelam o valor proposto ao emprego antes mesmo de se oferecer uma vaga."
"Para isso, as empresas devem aprimorar a comunicação e a experiência oferecida durante os processos de contratação. O objetivo é fazer com que os candidatos percebam a coerência e se identifiquem com os valores e propósito da empresa."