Durante as Olimpíadas de Tóquio, a ginasta norte-americana e favorita Simone Biles deixou a competição por opção e alegou que precisava cuidar da sua saúde mental. A decisão foi anunciada pela Federação Americana de Ginástica, que apoiou incondicionalmente sua escolha.
Atletas de alto rendimento nos proporcionam a percepção de que, muitas vezes, são treinados para suportarem situações extremas, tanto físicas quanto mentais. A opção de Biles nos jogos abre uma discussão importante: quando é a hora do profissional parar e qual deve ser o papel do líder nesse apoio?
Para manter uma carreira estável atualmente, em um mercado de trabalho cada vez mais competitivo, é muitas vezes necessário lidar com estresse, ansiedade e outros tipos de desgastes emocionais. Quando se trabalha na maior parte do dia, o tempo livre nem sempre é suficiente para enfrentar as responsabilidades e, ao mesmo tempo, tratar de sua saúde mental.
De acordo com dados divulgados pela Organização Mundial da Saúde (OMS), os transtornos emocionais e comportamentais estão entre os principais motivos de faltas ao trabalho no mundo.
De acordo com dados divulgados pela Organização Mundial da Saúde (OMS), os transtornos emocionais e comportamentais estão entre os principais motivos de faltas ao trabalho no mundo.
Este assunto ainda é um tabu, não apenas em ambientes corporativos, mas na sociedade como um todo. É comum que nós mesmos interpretemos nosso desgaste emocional como um sinal de fraqueza que poderia ser facilmente resolvido com um pouco de força de vontade. No entanto, o que poucos sabem é que estes transtornos são capazes de causar disfunções nos processos psicológicos, biológicos ou de desenvolvimento no funcionamento mental de um indivíduo.
Segundo Marshal Raffa, diretor executivo da Thomas Case & Associados, para um trabalhador lidar com esse tipo de sentimento, que muitas vezes pode parecer um ‘abandono’ de carreira, ele certamente precisa contar com a ajuda de um profissional especializado. Para que isso seja possível, uma pausa para restabelecimento é muito importante.
Marshal Raffa ainda completa: “O bem-estar de uma equipe também é responsabilidade da liderança empresarial. Os líderes precisam reconhecer a relação entre o trabalho e o adoecimento mental”.
Marshal Raffa ainda completa: “O bem-estar de uma equipe também é responsabilidade da liderança empresarial. Os líderes precisam reconhecer a relação entre o trabalho e o adoecimento mental”.
O afastamento faz parte do processo de superação dos problemas, que será completo na medida em que o colaborador encontrar apoio não apenas de ajuda especializadas, mas também de seus superiores, que devem fornecer recursos para seu retorno ao ambiente corporativo.
“Informar a organização e a liderança sobre a necessidade de pausa diz muito sobre a confiança que a empresa transmite aos seus funcionários. Um colaborador precisa se sentir confortável para conversar sobre seus problemas com o gestor e, para isso, a instituição deve saber claramente quais são suas responsabilidades referentes à saúde da equipe”, ressalta Raffa.
“Informar a organização e a liderança sobre a necessidade de pausa diz muito sobre a confiança que a empresa transmite aos seus funcionários. Um colaborador precisa se sentir confortável para conversar sobre seus problemas com o gestor e, para isso, a instituição deve saber claramente quais são suas responsabilidades referentes à saúde da equipe”, ressalta Raffa.
Como identificar a necessidade de afastamento?
Os sintomas de estafa emocional são muito subjetivos e variam de pessoa para pessoa. No entanto, existem alguns sinais que podem te ajudar a identificar os casos de transtornos, são eles:
- Perda de interesse e prazer em realizar atividades que antes eram consideradas agradáveis;
- Sensação de cansaço constante;
- Baixa autoestima;
- Sentimento de culpa;
- Falta de concentração;
- Oscilação do humor;
- Ansiedade;
- Distúrbios do sono e do apetite.
Caso sejam identificados casos de adoecimentos já instalados dentro da equipe, os líderes devem manter uma comunicação de apoio e confidencialidade para que os profissionais atingidos se sintam confortáveis ao pedir suporte em seu restabelecimento.
“Vale ressaltar que também cabe à liderança a disponibilização dos recursos necessários para que o colaborador realize suas atividades laborais como, por exemplo, por meio de ações de redesenho do trabalho e de horários flexíveis”, explica o diretor.
Fazer questão de manter um bom desempenho no mercado de trabalho é importante para a evolução profissional da população. No entanto, nunca podemos esquecer de manter o equilíbrio, respeitando os limites.