Jornal Estado de Minas

FORMAÇÃO

Trabalhar ou estudar no exterior exige formação em idiomas

Vivenciar uma experiência no exterior pode proporcionar crescimento pessoal ou boa visibilidade no mercado por meio de um intercâmbio de estudos ou de trabalho. Segundo a última pesquisa feita pela Business Marketing International (BMI), que ouviu mais de 23 mil estudantes, os maiores investimentos em carreira atualmente são em graduação e pós-graduação internacionais. O estudo também constatou que cursos profissionalizantes de longa duração e cursos de idiomas de curta duração estão entre os preferidos dos alunos.





O levantamento revelou que seis em cada 10 brasileiros desejam estudar fora do país e que os estudantes estão procurando cada vez mais cedo um intercâmbio para investimento no futuro. Nos últimos dois anos, os estudantes de ensino superior eram a maioria. Agora, os de ensino médio estão muito próximos de atingirem esse marco.

E se o inglês é a segunda língua mais buscada pelo brasileiro, saiba que o espanhol é também uma das mais relevantes no currículo. Entre as 10 línguas mais faladas no mundo, as cinco primeiras são: inglês, mandarim, hindi, espanhol e francês. 
 
Segundo o chefe acadêmico do Instituto Cervantes, Sergio Bermejo, o tempo necessário para se falar o espanhol corretamente é relativo, pois depende do objetivo de cada um. “Se você quer viajar para a Espanha ou conhecer o Peru, um nível B1 (Marco Comum Europeu de Referência para as línguas) seria suficiente para enfrentar qualquer situação comunicativa no âmbito do turismo. Neste caso, poderá alcançar um nível B1 em um ano. Caso queira estudar em uma universidade na Espanha ou Argentina, por exemplo, necessitará um nível B2 ou até um C1. Nestes casos necessitará de dois a três anos, aproximadamente. Estes níveis também serão úteis para trabalhar em uma multinacional”, comenta Sergio.





Vários países exigem formação mais avançada e certificação internacional do idioma para o exercício de algumas atividades. Por esse motivo, muitas pessoas ao se cadastrarem para concorrer as bolsas de intercâmbio, ingressar em cursos de graduação, ou até mesmo a uma vaga de emprego no exterior, são pegas de surpresa ao ser exigido apresentar a certificação de língua estrangeira.

Os exames de proficiência garantem que o candidato tenha um certo domínio do idioma. Para difundir a cultura e o ensino de espanhol no Brasil, o Instituto Cervantes, órgão oficial do governo da Espanha, além de oferecer cursos de especialização no idioma, é o responsável por realizar os exames de proficiência.

O DELE é o diploma oficial que atesta o grau de competência e domínio do idioma. Ele é conferido pelo Instituto Cervantes em nome do Ministério de Educação e Formação Profissional da Espanha e reconhecido internacionalmente entre instituições e autoridades educativas públicas e no meio empresarial e comercial.





Além do DELE, com o intuito de ajudar as pessoas que precisam receber a certificação em espanhol de forma mais ágil, o Instituto Cervantes, a Universidad Nacional Autónoma de México, a Universidad de Salamanca e a Universidad de Buenos Aires idealizaram as provas do SIELE (Serviço Internacional de Avaliação da Língua Espanhola). A certificação oferece quatro modalidades e segue o Marco Comum Europeu de Referência (MCER). É completamente digital (inscrição, realização das provas, resultados e certificado) e os resultados saem em até três semanas (prazo máximo).

Cursos no exterior


Visando ampliar a disseminação da língua e cultura espanhola, o Instituto Cervantes organiza, todos os anos, em parceria com órgãos do governo e outras instituições, programas de cursos na Espanha. Há opções em Alcalá de Henares, Madri, Burgos, Toledo e El Escorial. Os programas promovem formação linguística e cultural por meio de imersão e visitas guiadas em locais emblemáticos de cada cidade, sempre relacionados aos conteúdos vistos em aula. 
 
Para Ana Luiza Acórsi Gurgel, que está atualmente faz intercâmbio no município de Jaén, na Espanha, essa oportunidade é única. “Eu ia começar a faculdade na UFMG, mas quando apareceu a oportunidade de pedir a bolsa, me inscrevi, porque pensei que pudesse ser a chance da minha vida de conseguir algo a mais e realmente foi”, comenta.





Ainda segundo Ana, como ela deseja ser professora de espanhol, ter o contato de imersão na língua é imprescindível, uma maneira muito eficiente de aprender mais. “Eu tenho contato com pessoas de diferentes lugares do mundo. Minhas melhores amigas são uma menina guatemalteca, uma russa e uma espanhola. A troca de culturas é imensa”, acrescenta.

Já pensando em seu futuro, a estudante acredita que o intercâmbio a ajudará em sua carreira e o fato de dominar um outro idioma também. “O mercado de trabalho brasileiro costuma valorizar pessoas com diplomas estrangeiros. Além disso, quanto mais idiomas você fala, mais maneiras você tem de se expressar da forma que você quiser e onde estiver, tendo mais liberdade e ampliando sua forma de se comunicar”, conclui.