Jornal Estado de Minas

E-commerce

Pix deve ultrapassar o uso de boleto e alcançar cartão de crédito; entenda

O sistema de pagamentos instantâneos do Banco Central, o Pix, vem ganhando tanta popularidade desde o seu lançamento que logo deverá ultrapassar o uso de boletos. Isso porque, recentemente, a ferramenta lançada em novembro de 2020 bateu mais um recorde de transações diárias: foram 73,2 milhões de operações em apenas um dia. E um estudo mostra que ele também vem tomando espaço nas compras no e-commerce, um setor antes completamente dominado pelo uso do cartão de crédito.





A pesquisa que mostrou que o Pix vem se aproximando, tanto em disponibilidade quanto em aceitação, do boleto e do cartão foi feita em maio pela consultoria Gmattos. Em janeiro de 2021 foi feita a primeira edição do mesmo estudo, e na época o Pix estava no quinto lugar do ranking, sendo aceito por apenas 16,9% dos comércios virtuais no Brasil.
 
Já nesta nova edição feita em maio, ele quadruplicou em aceitação, alcançando o patamar de 74,6%. Isso porque não somente as grandes varejistas implementaram esse método de pagamento, como também e-commerces de pequeno e médio porte, lojas de produtos virtuais, e até mesmo opções de entretenimento, como é o caso das casas de apostas que aceitam pix para facilitar a vida do usuário. Essas plataformas de jogatina permitem, entre outros métodos, a possibilidade do cliente fazer as suas apostas através das transferências instantâneas. Isso permite uma experiência muito mais prática e prazerosa, onde o jogador pode palpitar em seu time e esporte favorito sem ter que esperar muito tempo para o dinheiro entrar na conta.

Boleto e cartão


Na edição de 2021 do estudo da Gmattos, se descobriu que o boleto era aceito por 74,6% dos estabelecimentos Na nova edição, ele subiu apenas dois pontos percentuais, para 76,3%. Já o líder absoluto é o cartão de crédito, que se encontra com 98,3% de aceitação no e-commerce brasileiro. 





Nesta pesquisa de maio, a Gmattos analisou 59 lojas online que representam 85% do comércio eletrônico do país, unindo diversos segmentos. Em pouco mais de um ano, viu-se como o Pix vem se consolidando entre os brasileiros, mostrando um potencial ainda maior do produto do BC. A consultoria acredita que ele chegue a 91% a longo prazo, a partir de análises de comércios que, apesar de ainda não operarem com este método, aceitam algum outro tipo de recebimento à vista, como boleto, débito ou internet banking.

Há algumas modalidades dentro do próprio sistema do BC, como o Pix Garantido e o Parcelado. Vale ressaltar que o estudo não considerou o Garantido, por exemplo, que vai permitir o parcelamento dos valores a partir de 2023 – e isso pode aumentar ainda mais a popularidade do produto, já que ele trará um dos benefícios do favorito, o cartão de crédito. Já o Parcelado funciona dentro da própria instituição financeira, como uma forma de crédito pessoal para o cliente.

“Se confirmada a agenda para novas funcionalidades para o PIX em 2022, como o Pix parcelado, um novo impulso na aceitação desta modalidade poderá ser observado”, afirma o estudo. Já o cofundador e CEO da Gmattos, Gastão Mattos, disse que não se pode prever se ele um dia ultrapassará o cartão.





O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, falou sobre o desenvolvimento do sistema de transferências instantâneas, explicando que o seu desenvolvimento custou US$4 milhões e que ele ainda não está implementado em sua completude, o que deve levar ainda pelo menos 2 anos. Contudo, mesmo assim o projeto já se transformou no método de pagamentos mais rápido e barato do Brasil, permitindo até mesmo o surgimento de novos modelos de negócios. Através desse meio de pagamento, o estudo da Gmattos afirma que as lojas conseguem oferecer descontos entre 3% a 18%, já que recebem o dinheiro automaticamente e pagam menos taxas.