O longa-metragem de 50 minutos de duração começou idealizado por McCartney, mas acabou tendo a participação de todos na concepção e desenvolvimento do projeto, além de atuarem no próprio filme.
O filme foi um fracasso de crítica, prejudicado pelo fato de ser exibido na TV em preto-e-branco, sendo que um dos trunfos do mesmo era retratar fielmente todas as cores de uma época que valorizava esta cultura recheada de cores, a flower power. Já a trilha sonora foi um grande sucesso, lançada em 8 de dezembro de 1967 na Inglaterra.
A faixa-título abre o álbum. Bem festiva, com letras que alteram frases que se usam em uma viagem com algumas referências às drogas. Mesmo jogo de palavras é usado em outro grande sucesso do disco, Hello, goodbye. Strawberry fields forever, Penny lane e Fool on the hill, outros três clássicos da discografia dos Beatles, também estão presentes no álbum (a primeira entrou apenas na versão norte-americana do LP).
Composta pelos quatro Beatles, a instrumental Flying tinha originalmente mais de 9 minutos de duração, mas na edição final acabou ficando com um pouco mais de dois.
Já Your mother should know reforça o boato sobre a suposta morte de Paul McCartney, pois no vídeo de divulgação, todos usam fraques brancos com flores vermelhas, mas a flor na lapela de Paul.
A enigmática I am the walrus surgiu quando o Lennon, sob influência do ácido, juntou três ideias de músicas para escrever esta. Inventou palavras e apelidou personalidades. De acordo com o livro The Beatles – A História por trás de todas as canções, de Steve Turner, “eggman” era Eric Burdon (vocalista da banda Animals) e “elementary penguin” era a alcunha do poeta Allen Guinsberg, desafeto do compositor.
A curiosa Baby you're a rich man, de acordo com o mesmo livro de Steve Turner, “o cara rico” seria o empresário Brian Epstein. Em uma versão “demo” da música, Lennon caçoava de Epstein, pois o empresário apesar de rico, como o restante do grupo, não parava de reclamar de tudo.
Encerra o álbum o hino All you need is love, que sua execução foi transmitida ao vivo para mais de 400 milhões de pessoas em 26 países via satélite, em junho de 1967. A música era a síntese do “verão do amor” no hemisfério norte em meados de 1967.
1968
No ano seguinte, antes de lançarem The Beatles (conhecido como “Álbum branco”), dois singles chegaram até as prateleiras.
Em 15 de março, o ótimo single Lady Madonna / The inner light chegou ao número 1 na Inglaterra e ao 4º lugar nos Estados Unidos.
Cinco meses depois, Hey jude / Revolution obteve sucesso ainda maior. Número 1 em diversos países, vendeu cerca de oito milhões de cópias nos Estados Unidos, ficando nove semanas no primeiro lugar. Nenhuma música deles ficou tanto tempo no topo e ironicamente, fosse tão longa (cerca de sete minutos).
Já Revolution possui três versões. A primeira, mais rock, está presente neste single. Já a versão mais lenta, chamada de Revolution 1 e a mais longa, a Revolution 9, estão no “Album branco”.
De acordo com o livro de Steve Turner, Lennon insistiu para que Revolution 1, que foi gravada antes, entrasse no single, com Hey jude, mas McCartney a considerava lenta demais. Portanto, fizeram uma versão mais rápida e barulhenta, que entrou no single, sendo chamada simplesmente de Revolution.
Nesta versão, mais raivosa e urgente, Lennon compartilha com as revoluções que eclodiam em 1968, principalmente a respeito da Guerra do Vietnã, mas afirmava que a mudança tinha que vir de dentro das pessoas e não da revolução das ruas.
Assista ao videoclipe de I am the walrus: