Foi-se o tempo que os filhos chegavam da escola com uma caderneta de papel contendo as notações dos professores sobre a agenda do dia seguinte. Em 2013, esta realidade “tomou bomba” com o surgimento da agenda digital – Escola em Movimento. Se trata de uma startup criada com foco no desenvolvimento de soluções para comunicação entre alunos, pais e colaboradores de escolas do ensino infantil, fundamental, médio e superior. A solução da empresa substitui aquela antiga agenda escolar, transformando-a em uma ferramenta versátil de comunicação através de smartphones e/ou web.
Aplicativo escolar para comunicação
A Escola em Movimento atende hoje mais de 450 escolas particulares no Brasil e no exterior e, em 4 anos de operação, possui mais de 260 mil alunos em sua base. A empresa foi pioneira no segmento, criando aplicativos personalizados para instituições de ensino. Com a tecnologia desenvolvida, escolas conseguem reduzir custos com papel e ligações telefônicas, mas principalmente tornar a comunicação com os pais e alunos muito mais simples e eficaz. Atualmente, por meio da plataforma tecnológica da Escola em Movimento, as instituições de ensino podem enviar mensagens de texto, fotos, vídeos e demais arquivos para os usuários. É possível agendar eventos, criar canais de atendimento personalizados, ter estatísticas completas sobre o uso e gerir toda a comunicação pela ferramenta.
Entre outras funcionalidades, em 2017, incorporou ao produto a inovação do “Estou Chegando”, em que a escola é notificada pelo aplicativo da chegada dos pais, evitando assim o engarrafamento na saída dos alunos.
Parceiros
Desde sua fundação, a Escola em Movimento trouxe para perto pessoas e empresas que a ajudaram a crescer e a se estruturar. Ainda em 2013, contou com o investimento anjo da JWW, holding familiar que fez o primeiro aporte. Em 2016, foi a vez da entrada da FC Partners, boutique de investimentos especializada em empresas familiares que trouxe uma grande experiência em gestão, governança e processos apoiando a estruturação e o crescimento do negócio. E a startup mineira celebra mais um passo em seu plano de desenvolvimento no mercado. A empresa acaba de receber um investimento de um fundo de venture capital gerido pela Cedro Capital, gestora de fundos e recursos, com o objetivo de desenvolver e acelerar seu negócio no valor de R$ 2 milhões. Para Guilherme Rocha Ribeiro, o investimento do Fundo potencializa o crescimento da empresa.
Segundo Leonardo de A. Silva, CMO e co-fundador da Escola em Movimento, A Cedro Capital, por meio do fundo, identificou o imenso potencial do mercado de tecnologia para a educação e valorizou a inovação oferecida pela empresa. “As agendas de papel foram usadas por muito tempo. Mas ali existia uma limitação natural na comunicação.
Entrevista com Guilherme Rocha Ribeiro
Como e quando surgiu a ideia de criar a agenda digital?
A Escola em Movimento foi criada, basicamente, pela vivência de um problema bem real. Em 2013, meus filhos tinham acabado de entrar na escola infantil. Naquela época percebi a forma que era a interação e a comunicação entre a escola e as famílias. Precisa saber como era o dia a dia dos meus filhos na escolinha.
Como foi o início? As dificuldades enfrentadas e as estratégias que criaram para divulgação?
Todo início é complicado. Tem desafios das mais diversas ordens. Primeiro, foi preciso entender a realidade do que realmente seria atraente para o cliente. Depois, conhecer bem o produto antes de colá-lo à venda. E o interessante disso é que antes mesmo de desenvolver o produto, vendemos a ideia. E começamos a escutar das escolas os desejos delas. Com tudo anotado, voltávamos para casa, e aí sim, passamos a desenvolver um esboço de um produto que as escolas demandavam. E não aquilo que a gente imaginava que seria bacana para elas.
Quem são os idealizadores e os cargos que ocupam hoje?
Originalmente, dos que estão presentes na empresa, somente eu e Leonardo Silva permanecemos na operação. Fui o idealizador da ideia e hoje o meu cargo é CEO da Escola em Movimento. Leonardo é o CMO, responsável pelas áreas de Marketing e Comercial.
Hoje o aplicativo é utilizado em 450 escolas no Brasil e Exterior (quais países?)
Hoje atuamos no Brasil e também no México. Tentamos também um parceiro no Canadá, mas o nosso produto não se adequava ao modelo canadense. Principalmente porque era muito voltado para escolas pequenas, e aí o produto não foi interessante por conta do custo-benefício. Estamos buscando outros parceiros na América Latina que tenham estruturas semelhantes à nossa, uma presença do privado muito grande.
Quanto foi o investimento inicial dos sócios na época do lançamento em 2013?
O desenvolvimento de um sistema de informação, por mais simples que seja, ele tem um capital intensivo. É muito difícil você conseguir sócios técnicos, querendo arriscar e empreender no mercado, então a equipe técnica sempre foi na maior parte de profissionais que contratamos, seja em PJ ou CLT, terceirizados ou internos, mas é uma equipe cara. Esse investimento inicial, antes mesmo de gerar o produto, exige realmente um volume de capital maior. Nós tivemos um super anjo, que foi a empresa JWW, um fundo familiar que fez um aporte inicial durante dois anos, de 800 mil reais. Esse investimento foi fundamental para fazermos este primeiro ramp-up da empresa.
Quantos parceiros a startup tem atualmente?
Pensando parceiros como sócios, começamos com a JWW, uma empresa de tecnologia aqui de Belo Horizonte, a Eteg Tecnologia. Depois, saiu a Eteg e veio a FC Partners, que agregou muito à nossa gestão. Depois disso, temos sócios minoritários. E também uma empresa parceira nossa na parte de digital, que sedia nossa equipe mobile, que fica em São Carlos, em São Paulo, que é a Token Lab – com um alto nível de domínio e expertise mobile. E recentemente, o aporte de R$ 2 milhões da parceria com o fundo de venture capital gerido pela Cedro Capital.
Quais as metas para os próximos anos?
Em 2018, nossa meta é chegar a meio milhão de alunos, e nos próximos três anos é chegar entre um milhão e um milhão e meio, é realmente multiplicar isso por cinco nos próximos três anos. Basicamente, isso é número de alunos. Automaticamente aumentamos a nossa base, e podemos trabalhar outras ofertas para essa base.
Para finalizar, os pais tem acesso direto às notas dos filhos?
Esta é uma pergunta interessante que é recorrente para pessoas que querem conhecer o produto. De imediato, não. Falo em imediato porque em várias escolas nós temos integrações com os sistemas acadêmicos. E com essas integrações nós buscamos a informação, enviamos a notificação dos pais quando a nota é lançada, ou até mesmo damos acesso ao boletim inteiro do aluno dentro do aplicativo. Mas porque que eu falo que isso é uma pergunta recorrente. É porque dentro do contexto escolar a nota, o resultado acadêmico, apesar da importância, é menos de 5% do que a escola comunica no seu dia a dia. A nota é legal, ela é importante. Inclusive queremos fazer mais coisas para exibir as notas no app. Mas são os outros 95% que dão a dor de cabeça para as escolas, e é isso que trazem a insatisfação dos pais. Não que queremos virar um sistema de gestão, não é nosso objetivo no mercado, mas agregar as informações dos parceiros e trazer isso para dentro do aplicativo.
Para saber mais acesse: www.escolaemmovimento.com.br
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