Uma carta escrita em 14 de novembro pelo primo do goleiro Bruno Fernandes, Sérgio Rosa Sales, pode trazer uma nova reviravolta ao caso do sumiço e suposta morte de Eliza Samudio. Na correspondência, endereçada à juíza do Tribunal do Júri de Contagem, Marixa Rodrigues, Sérgio pede para depor novamente em juízo e afirma que o conteúdo dos dois depoimentos prestados à polícia, considerados as mais contundentes provas contra os nove acusados de sequestrar e assassinar a ex-amante do goleiro Bruno, são verdadeiros. Assim, Sérgio confirma a suposta resposta dada pelo atleta sobre o paradeiro da mulher: “Ela já era. Acabou o tormento”, como Sérgio contou à polícia logo depois de ser preso, no início de julho.
“Doutora juíza, eu confirmo o segundo depoimento e parcialmente o primeiro”, escreveu. Ele fez apenas uma correção relativa à primeira versão, garantindo que Bruno não acompanhou Luiz Henrique Ferreira Romão, o “Macarrão”, e um menor, primo do jogador, em 10 de junho, suposta data em que Eliza e o bebê foram levadas do sítio em Esmeraldas à casa de Marcos Aparecido dos Santos, o “Bola”, onde ela teria sido executada. Falando em juízo, Sérgio manteve essa versão e tirou Bruno da cena do assassinato.
Na correspondência, Sérgio denunciava sofrer pressão de Macarrão e de alguns advogados para que obedecesse às instruções repassadas por eles. Com base nas denúncias de coerção, inclusive ameaças de agressão, o advogado Marco Antônio Siqueira, que voltou a representar o acusado, diz que entrará com um requerimento para que o depoimento de Sérgio, ocorrido em 10 de novembro, seja anulado.