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Estado de Minas

Julgamento do caso Bruno pode levar anos


postado em 19/12/2010 07:04 / atualizado em 19/12/2010 07:09

O julgamento do goleiro Bruno Fernandes de Souza, de 25 anos, e demais acusados do desaparecimento e morte da modelo Eliza Samudio, de 25, deverá ser marcado só para depois de 2011. De acordo com o presidente da Comissão de Assuntos Penitenciários da Ordem dos Advogados do Brasil, seção Minas Gerais (OAB-MG), Adilson Rocha, caso o recurso da defesa para que os envolvidos não sejam levados a júri popular chegue ao Supremo Tribunal Federal (STF), eles só deverão se sentar no banco dos réus em, no mínimo, dois anos. “Sem o recurso, poderá ser marcado para o primeiro semestre do ano que vem. Mas, se o mérito for levado à apreciação do Supremo, pode demorar dois, três, até cinco anos”, prevê.

Em sentença anunciada na sexta-feira, a juíza Marixa Fabiane Lopes Rodrigues, do Tribunal do Júri de Contagem, na Grande Belo Horizonte, decidiu que Bruno, seu amigo Luiz Henrique Ferreira Romão, o Macarrão, de 25, e Sérgio Rosa Sales, o Camelo, de 23, primo do jogador, vão a júri popular pelos crimes de sequestro e cárcere privado, homicídio com três qualificadoras agravantes e ocultação de cadáver de Eliza, desaparecida desde junho. O ex-policial Marcos Aparecido dos Santos, o Bola, de 47, foi pronunciado pelo homicídio qualificado e ocultação de cadáver.

Embora tenha denunciado a ainda judicialmente mulher de Bruno, Dayanne Rodrigues Souza, de 23, Elenilson Vitor da Silva, de 26, e Wemerson Marques de Souza, o Coxinha, de 23, por sequestro e cárcere privado do filho de Eliza, que ela afirmava ser do goleiro, os três foram beneficiados pelo alvará de soltura e saíram da penitenciária na madrugada desse sábado. Também responderá em liberdade a amante do goleiro, Fernanda Gomes de Castro, de 33, pronunciada pelos mesmos crimes, além de sequestro e cárcere privado da modelo. A juíza, porém, considerou os crimes conexos ao do homicídio.

Para que eles não sejam julgados pelos sete jurados que formam o conselho de sentença do júri popular, os advogados dos réus liberados ontem tentarão desmembrar o processo. “Nesse caso, ele é remetido a uma das quatro varas criminais de Contagem e cada réu é julgado separadamente pelo juiz, e não pelo conselho de sentença”, detalha a advogada de Fernanda, Carla Silene Lisboa Gomes. “Será uma decisão automática”, acredita o advogado de Dayanne, Francisco Simin. “Adotarei o mesmo procedimento”, disse o advogado de Elenilson, Frederico Franco.

Pedido de anulação

Por meio de nota, o advogado de Bruno, Cláudio Dalledone Júnior, informou que entrará com recurso no TJMG pedindo a anulação do processo. Para o criminalista, o fato de a juíza ter concedido alvará de soltura a quatro acusados “mostra que a denúncia está desmoronando”. “Quando chegar aos altos plenários, pouco ou nada sobrará das acusações”, avaliou. O advogado de Bola, Zanone Oliveira, afirmou que também recorrerá. “A fragilidade probatória é grande. Vou contestar, por exemplo, as qualificadoras do homicídio”, anuncia.

De acordo com Adilson Rocha, quando não couber mais recurso da pronúncia feita pela juíza Marixa, a presidente do Tribunal do Júri de Contagem abrirá vistas para o Ministério Público, que vai analisar o processo e terá cinco dias para arrolar cinco testemunhas, assim como a defesa.

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