A mãe da modelo paranaense Eliza Samudio, Sônia de Fátima Moura, classificou como “uma vitória da Justiça” a decisão de mandar a júri popular e manter presos o goleiro Bruno Fernandes, 25 anos, Luiz Henrique Ferreira Romão, o Macarrão, de 25, Marcos Aparecido dos Santos, o Bola, de 47, e Sérgio Rosa Sales, o Camelo, 23 anos, primo de Bruno. Para ela, estes seriam os maiores responsáveis pela suposta execução de sua filha. Sônia vive em um sítio no Mato Grosso do Sul e entrou em contato no sábado com o advogado que a representa no processo, o assistente de acusação José Arteiro Cavalcante. “Ela me disse, chorando, que a decisão da juíza iria melhorar o Natal”, contou o advogado.
Segundo Arteiro, Sônia considera Bruno o pivô de toda a história. Macarrão, na visão da mãe, é o responsável por encorajar o goleiro a colocar o plano em prática, enquanto Bola, de acordo com as investigações, teria sido de fato o assassino da modelo. Por fim, Sônia crê que Sérgio sabe de toda a trama e não quis colaborar para o esclarecimento do crime, conforme relatou o assistente de acusação.
Nas alegações finais apresentadas à Justiça, Arteiro sugeriu a pronúncia por homicídio e ocultação de cadáver dos quatro acusados que permaneceram na prisão. “Não trabalhei apenas em cima da técnica da jurídica, mas também levando em conta a vontade da Sônia”, disse. O assistente de acusação adiantou que, a depender do andamento do julgamento, pode até mesmo pedir a absolvição de todos os outros envolvidos no processo. “Quero mesmo é condenar os peixes grandes do caso”, admitiu o advogado.
Cavalcante afirmou que Sônia já previa a libertação da ex-mulher do atleta, Dayanne Rodrigues do Carmo, 23 anos, de Fernanda Gomes Castro, 33, ex-amante do jogador, de Wemerson Marques de Souza, o Coxinha, 23, e de Elenílson Vítor da Silva, 26. Os quatro foram soltos na madrugada de sábado, depois que a juíza do Tribunal do Júri de Contagem, Marixa Rodrigues, publicou a sentença de pronúncia do processo.
Oito dos nove acusados enfrentarão o júri popular. Porém, se o processo for desmembrado, só Bruno, Macarrão, Bola e Sérgio terão o futuro decidido por sete jurados, por sequestro e cárcere privado, homicídio e ocultação de cadáver. Neste caso, os outros envolvidos seriam julgados por um juiz togado. Apenas o motorista de Bruno, Flávio Caetano de Araújo, de 24 anos, foi inocentado. (TA)