O goleiro Bruno Fernandes, acusado de envolvimento no desaparecimento e morte da ex-namorada Eliza Samudio, teve mais uma vez o pedido de liberdade negado pela Justiça. Desta vez, o habeas corpus foi indeferido pelo vice-presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Ayres Britto, em 29 de dezembro do ano passado, porém a informação apenas foi divulgada na última quinta-feira.
Os advogados tentavam derrubar a decisão do Superior Tribunal de Justiça (STJ), que em outubro do ano passado, negou o pedido de liberdade do goleiro. Na ocasião, o ministro Sebastião Reis Júnior, relator do recurso, afirmou que o atleta é um homem perigoso e por isso devia continuar preso. Além disso, afirmou que a circunstância do crime “ultrapassa os limites da crueldade”.
Um outro pedido de liberdade para o goleiro Bruno ainda será analisado pelo Superior Tribunal Federal (STF).
Pedido de informações
Antes de julgar os pedidos de liberdade, o presidente do STF, ministro Cezar Peluso, solicitou, no fim de dezembro de 2011, mais informações sobre o Caso Bruno ao Tribunal do Júri de Contagem. Para o ministro, era inviável a apreciação do pedido de liminar sem a correta formação do habeas corpus. Peluso pediu cópia da sentença que pronunciou Bruno, além de decisões posteriores que mantiveram a prisão preventiva do réu.
Entenda o caso
>> A modelo Eliza Samúdio, namorada do goleiro Bruno Fernandes, segundo a acusação, teria sido assassinada em junho de 2010, na casa do ex-policial civil Marcos Aparecido dos Santos, o Bola, em Vespasiano, Grande BH.
>> Ela e o filho recém-nascido, suposto filho do goleiro, teriam sido sequestrados por Luiz Henrique Romão e Sérgio Rosa Sales, primo de Bruno, no Rio, e trazidos no dia 4 de junho para o sítio do atleta, em Esmeraldas, na Grande BH.
>> A vítima teria sido mantida em cárcere privado até dia 10, quando teria sido morta fora dali. O ex-policial é apontado como o executor. A criança foi entregue à ex-mulher do goleiro, Dayanne de Souza.
>> Bruno, Macarrão e Bola aguardam julgamento. Dayanne; a ex-namorada do goleiro, Fernanda Gomes de Castro; o primo Sérgio; o caseiro Elenilson Vitor da Silva; Wemerson Marques de Souza, o Coxinha; e Flávio Caetano de Araújo respondem ao processo em liberdade.
>> Segundo o Ministério Público, Eliza foi morta porque pedia a Bruno, pai de seu bebê, que reconhecesse a paternidade da criança. Bruno, insatisfeito, teria criado o plano, unindo-se aos outros denunciados, para matar a ex-namorada. O corpo de Eliza não foi encontrado.