Os advogados do ex-goleiro Bruno Fernandes estiveram nesta segunda-feira na Penitenciária Nelson Hungria, em Contagem, na Região Metropolitana de Belo Horizonte para apurar a veracidade da carta supostamente escrita pelo detento e divulgada na última edição Revista Veja. O ex-atleta confirmou a autoria da carta. Ele está preso por envolvimento no desaparecimento e morte da ex-amante Eliza Samudio, crime que aconteceu em 2010.
O documento, escrito por Bruno ao amigo Luiz Henrique Romão, o Macarrão, foi interceptado na cadeia. No documento, Bruno diz que conversou com os seus advogados que o orientaram a colocar em prática o plano B, que seria imputar a responsabilidade pela morte da modelo sobre Macarrão. O goleiro chega a pedir desculpas ao amigo. “Eu, sinceramente, não pediria isso pra você, mas hoje não temos que pensar em nós somente! Temos uma grande responsabilidade que são nossas crianças, então, meu irmão, peço que pense nisso e do fundo do meu coração me perdoe, eu sempre fui e sempre serei homem com você”, disse no documento.
Os advogados falaram na saída da cadeia e discordam sobre alguns pontos, mas deixam clara a intenção de retirar a culpa do ex-atleta no crime. Segundo o advogado Francisco Simim, Bruno disse que a intenção da carta era chamar atenção de Macarrão sobre a traição da amizade, caso o amigo tenha mesmo cometido o crime contra Eliza Samudio. O detento disse que a correspondência foi escrita em novembro de 2011.
No entanto, o colega Francisco Simim não trata o relacionamento dos dois como homossexual. “Eu como defensor não atestaria essa sexualidade de Bruno e Macarrão. O texto da carta era para chamar atenção em relação ao possível crime que Macarrão teria participado, traindo a confiança do Bruno", afirma Simim. A defesa do ex-goleiro agora quer saber porque a carta foi interceptada e não chegou a Macarrão.
O ex-goleiro Bruno, o primo dele, Sérgio Rosa Sales e o amigo Macarrão, foram pronunciados por homicídio triplamente qualificado, sequestro, cárcere privado e ocultação de cadáver. O ex-policial Marcos Aparecido dos Santos, o Bola, vai a júri popular pelos crimes de homicídio e ocultação de cadáver.