O advogado Rui Caldas Pimenta poderá ter de se explicar à Justiça sobre as declarações que deu afirmando que o seu cliente, o goleiro Bruno Fernandes, e Luiz Henrique Romão, o Macarrão, são homossexuais. O advogado Leonardo Diniz, que representa o Macarrão, entrou com uma medida preparatória de um processo de difamação contra Pimenta na 11ª Vara Criminal do Fórum Lafayette. Também é estudada uma ação pedindo indenização por danos morais.
Após a divulgação da carta escrita por Bruno e endereçada ao amigo Macarrão, o advogado Rui Pimenta afirmou que o documento seria na verdade uma correspondência que tratava do rompimento de um relacionamento amoroso entre os dois. O defensor sustenta a tese de que o crime contra a modelo Eliza Samudio foi de caráter passional, todo arquitetado por Luiz Henrique por ciúmes do goleiro.
Segundo Leonardo Diniz, o seu cliente afirmou que está ofendido com as declarações que o tratam como homossexual. Informou também que, com as novas estratégias dos defensores do jogador, houve o rompimento da amizade entre Macarrão e Bruno.
A carta
A polêmica entre as duas partes começou depois da divulgação de um documento escrito por Bruno. Na carta, publicada na última edição da Revista Veja, o goleiro diz que conversou com seus advogados sendo orientado a colocar em prática "o plano B", que seria imputar a responsabilidade pela morte da modelo sobre Macarrão. O goleiro chega a pedir desculpas ao amigo. “Eu, sinceramente, não pediria isso pra você, mas hoje não temos que pensar em nós somente! Temos uma grande responsabilidade que são nossas crianças, então, meu irmão, peço que pense nisso e do fundo do meu coração me perdoe, eu sempre fui e sempre serei homem com você”, registrou no documento.
Em depoimento aos agentes da Subsecretaria de Administração Prisional (Suapi), na última segunda-feira, o atleta afirmou que entregou o bilhete para outro detento antes de chegar às mãos de Macarrão.
Julgamento sem previsão
O Supremo Tribunal Federal (STF) informou que há um pedido de habeas corpus em favor de Bruno e que ele está para ser julgado pelo ministro Cezar Peluso. O julgamento só deve acontecer em agosto, após o recesso forense. Em 29 de dezembro do ano passado, o ministro Ayres Brito indeferiu um pedido de liminar e negou o alvará de soltura para Bruno aguardar o julgamento em liberdade. Em 6 de fevereiro, os advogados entraram com um agravo regimental para derrubar a decisão do ministro Ayres Brito, mas em 8 de maio o recurso foi arquivado.
O ex-goleiro Bruno, o primo dele, Sérgio Rosa Sales e o amigo Macarrão, foram pronunciados por homicídio triplamente qualificado, sequestro, cárcere privado e ocultação de cadáver contra Eliza Samúdio. O ex-policial Marcos Aparecido dos Santos, o Bola, vai a júri popular pelos crimes de homicídio e ocultação de cadáver.