Depois de 20 dias impedido de trabalhar, tomar banho de sol e receber visitas, o goleiro Bruno Fernandes, preso na Penitenciária Nelson Hungria, em Contagem, na Grande BH, pode reencontrar a noiva, a dentista Ingrid Oliveira, neste sábado. Terminou hoje a punição imposta ao ex-atleta por remeter cartas sem o devido trâmite estabelecido dentro da unidade carcerária.
De acordo com a Secretaria de Estado de Defesa Social (Seds), apenas Ingrid visitou Bruno neste primeiro dia sem a punição. O órgão esclareceu que na segunda-feira ele retomará o trabalho como faxineiro da penitenciária. Desde hoje ele já pode realizar o banho de sol por duas horas ao dia.
Conforme o Procedimento Operacional Padrão (POP), que é o conjunto de normas que rege todas as unidades prisionais sob administração da Superintendência de Administração Prisional (Suapi), toda correspondência recebida ou enviada pelos detentos deve passar pelo Setor de Monitoramento. A punição imposta a Bruno teve base no Regimento Disciplinar Prisional, que trata do desrespeito às leis e normas vigentes.
Já a segunda carta foi endereçada ao apresentador Ricardo Carlini, da TV Alterosa. Bruno desafa nesta correspondência, dizendo que errou ao confiar em algumas pessoas, cujos nomes ele não cita, assume ser o pai de Bruninho, filho de Elisa Samudio, reafirma sua inocência e destaca seu lado religioso. “Te confesso, pelo 'sangue de Cristão Jesus' que nunca desejei ou determinei a quem quer que seja o desaparecimento de Eliza Samudio”, registrou.
Por causa da punição, os advogados do goleiro Bruno pediram o afastamento temporário dos três diretores da Penitenciária Nelson Hungria, alegando improbidade administrativa. Para ele, o cliente tem sido vítimas de perseguição. Os defensores protocolaram uma representação na Comissão de Assuntos Penitenciários da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB-MG) pedindo a suspensão do castigo.
De acordo com o advogado Rui Pimenta, a representação feita pela OAB foi enviada à Seds e ainda está tramitando. “Aplicaram a pena equivocadamente ao Bruno. Ele está sofrendo muita pressão lá dentro e tem sido coagido pela direção”, afirma.
Ainda segundo o advogado, Bruno está entusiasmado com o retorno ao trabalho. Ele realiza faxina na penitenciária, o que lhe rende um salário de R$ 466,50 ao mês, além de um dia de redução da pena a cada três trabalhados.