Sérgio Rosa Sales, assassinado na semana passada com cinco tiros, pediu ao advogado Marco Antônio Siqueira há aproximadamente 20 dias para voltar a fazer tratamento psicológico. De acordo com Siqueira, ele relatou que não estava dormindo bem. Para a psicóloga Raíssa Moreno, responsável pelo tratamento que terminou em junho, Sérgio não tinha uma vida tranquila, mas “diretamente nunca revelou medo de ser assassinado”. “Ele era um rapaz muito calado”, completa.
De acordo com a psicóloga, a família de Sérgio, principal testemunha do caso Eliza Samúdio, procurou o advogado no início do ano dizendo que ele não estava bem, pois tinha saído da prisão muito abatido. Siqueira conta que devido à exposição do caso, ele não conseguia emprego e por isso o aconselhou a estudar e arrumava empregos esporádicos para ele.
O acompanhamento psicológico tinha o objetivo de gerar um relatório que seria anexado ao processo e ajudaria na estratégia de defesa do ex-réu, explica Siqueira. A psicóloga conta que foi feito um levantamento que analisava como ele reagia diante a situação judicial, suas características particulares, para ajudar o advogado a construir a defesa.
Mesmo com o pedido de voltar a se encontrar com a psicóloga, Sérgio acabou não voltando ao tratamento. "Encontrei com o Siqueira na véspera da morte e conversamos muito sobre o caso dele. O relatório já tinha sido feito, mas eu disse que poderia voltar a atendê-lo. Mas não deu tempo", conta Raíssa.
O réu
Sérgio Rosa Sales respondia por homicídio triplamente qualificado, sequestro, cárcere privado e ocultação de cadáver de Eliza Samúdio, juntamente com o primo Bruno e Macarrão, que seguem presos. Sérgio ficou preso na Penitenciária Dutra Ladeira, em Ribeirão das Neves, Região Metropolitana de Belo Horizonte, por mais de um ano. Ele foi solto em 11 de agosto de 2011 por ter contribuído com as investigações.