A juíza Marixa Fabiane Rodrigues decidiu suspender o julgamento do ex-policial civil Marcos Aparecido dos Santos, o Bola, por uma hora. Os sete jurados que irão decidir o destino do réu já foram escolhidos. Porém, a sessão pode ser adiada para uma outra data a pedido dos advogados de defesa. O caso só será analisado no retorno dos trabalhos.
O advogado Fernando Costa Oliveira Magalhães, que defende Bola, alega que uma documentação foi anexada ao processo sem conhecimento prévio da defesa. O promotor Henry Wagner Vasconcelos de Castro alegou que os documentos já haviam sido apresentados em outros julgamentos em que Bola é réu e, por isso, a defesa já teria conhecimento do conteúdo.
A juíza Marixa, após ouvir os dois lados, decidiu sortear o corpo de jurados. Novamente houve reclamações por parte da defesa, que afirmou não ter tido acesso aos nomes das 25 pessoas. A magistrada considerou inválida a alegação e continuou o sorteio. Os advogados do réu descartaram quatro pessoas. Depois da escolha dos sete jurados, a magistrada decidiu suspender a sessão por uma hora.
Essa pode ser a segunda vez que o júri será adiado. No último julgamento, o advogado Fernando Costa alegou ter enviado uma petição em data anterior, informando que não iria à sessão porque estaria na cidade de Tangará da Serra, no estado do Mato Grosso, para uma audiência sobre o sumiço e morte de Eliza Samudio, em que Marcos Aparecido também é réu. Segundo ele, o Ministério Público de BH arrolou uma mulher como testemunha para o caso, que seria ouvida no dia por carta precatória. Porém, a audiência não aconteceu, pois ela não compareceu.
Costa apresentou um termo de deliberação obtido em Tangará da Serra assinado pela juíza da cidade. Isso comprova que ele esteve no local e que o julgamento não foi feito pela testemunha não ter comparecido.
Na ocasião, o promotor Henry Castro afirmou que o advogado tinha conhecimento que a audiência iria ser adiada e tratou o ato como uma manobra da defesa para evitar o julgamento de Bola. A Juíza concordou com o promotor e afirmou que não houve justificativa plausível para o não comparecimento do defensor. Costa foi multado em 30 salários mínimos.
Entenda o caso
Bola é acusado da morte de Rogério Martins Novelo, em maio de 2000, no Bairro São Joaquim. Bola foi reconhecido pela irmã da vítima, que testemunhou o crime, depois que a imagem dele foi veiculada em diversas emissoras de TV e em jornais pelo suposto envolvimento no assassinato de Eliza Samudio, ex-amante do goleiro Bruno.
Segundo denúncia do Ministério Público (MP), Bola teria atirado contra a vítima, que estava dentro de um veículo em frente ao estabelecimento comercial onde trabalhava. Para o MP, o crime teria sido encomendado, já que os envolvidos não se conheciam. Dados do processo revelam que o réu teria espreitado o local de trabalho de Rogério, na tentativa de identificá-lo.
No dia 24, o ex-policial chegou a passar mal e teve de ser levado ao hospital por uma ambulância. Durante a tarde ele recebeu alta e voltou para a cadeia.