O julgamento do ex-policial civil Marcos Aparecido dos Santos, o Bola, acontecerá normalmente nesta segunda-feira. A juíza Marixa Fabiane Rodrigues indeferiu o pedido dos advogados de defesa que queriam o adiamento do júri para outra data, pois não tiveram acesso a documentos anexados no processo pelo Ministério Público de Minas Gerais (MPMG).
Ao retornar para o Fórum Doutor Pedro Aleixo, em Contagem, na Grande BH, após uma suspensão de uma hora para o almoço, a magistrada indeferiu o pedido da defesa. Ela afirmou que os documentos foram anexados no prazo previsto e que os advogados podiam ter acesso a eles.
Esse foi a segunda vez que a defesa pede o adiamento do julgamento. No último júri, o advogado Fernando Costa alegou ter enviado uma petição em data anterior, informando que não iria à sessão porque estaria na cidade de Tangará da Serra, no estado do Mato Grosso, para uma audiência sobre o sumiço e morte de Eliza Samudio, em que Marcos Aparecido também é réu. Segundo ele, o Ministério Público de BH arrolou uma mulher como testemunha para o caso, que seria ouvida no dia por carta precatória. Porém, a audiência não aconteceu, pois ela não compareceu.
Costa apresentou um termo de deliberação obtido em Tangará da Serra assinado pela juíza da cidade. Isso comprova que ele esteve no local e que o julgamento não foi feito pela testemunha não ter comparecido.
Na ocasião, o promotor Henry Castro afirmou que o advogado sabia que a audiência seria adiada e tratou o ato como uma manobra da defesa para evitar o julgamento de Bola. A Juíza concordou com o promotor e afirmou que não houve justificativa plausível para o não comparecimento do defensor. Costa foi multado em 30 salários mínimos.
Entenda o caso
Bola é acusado da morte de Rogério Martins Novelo, em maio de 2000, no Bairro São Joaquim. Bola foi reconhecido pela irmã da vítima, que testemunhou o crime, depois que a imagem dele foi veiculada em diversas emissoras de TV e em jornais pelo suposto envolvimento no assassinato de Eliza Samudio, ex-amante do goleiro Bruno.
Segundo denúncia do Ministério Público (MP), Bola teria atirado contra a vítima, que estava dentro de um veículo em frente ao estabelecimento comercial onde trabalhava. Para o MP, o crime teria sido encomendado, já que os envolvidos não se conheciam. Dados do processo revelam que o réu teria espreitado o local de trabalho de Rogério, na tentativa de identificá-lo.
No dia 24, o ex-policial chegou a passar mal e teve de ser levado ao hospital por uma ambulância. Durante a tarde ele recebeu alta e voltou para a cadeia.