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Estado de Minas

Advogados questionam tempo dado por juíza e ameaçam abandonar júri


postado em 19/11/2012 14:31 / atualizado em 19/11/2012 15:11

As primeiras horas do julgamento sobre a morte e sumiço de Eliza Samudio foram marcadas por manobras da defesa dos cinco réus que vão a júri a partir desta segunda-feira. O polêmico advogado Ercio Quaresma, que defende o ex-policial Marcos Aparecido dos Santos, o Bola, foi quem comandou as discussões. Os defensores ainda não sabem se vão continuar no plenário, já que ficaram insatisfeitos com o tempo dado pela juíza Marixa Rodrigues para as preliminares – 20 minutos para cada réu.


Logo após a decisão, a magistrada deu a todos os advogados de defesa 15 minutos para se reunirem e decidirem se ficam no plenário ou abandonam a sessão. No entanto, antes da definição, a juíza suspendeu a sessão para intervalo de uma hora de almoço. A polêmica promete tambem tomar conta do júri durante a tarde.

Caso os advogados abandonem o caso, um defensor público será nomeado para defender os réus. Porém, se os réus não aceitarem a mudança, o júri pode ser suspenso.

O advogado Zanone Emanuel, que também defende Bola, criticou a postura da juíza.“A doutora, querendo inovar processualmente, restringiu a palavra dos advogados em 20 minutos. Nós não vamos cadenciar com isso. Para você ter uma noção, nós ficamos reunidos por mais de nove horas analisando jurisprudêncialmente cada nulidade. São 34 e, se elas não constarem na ata, nós iremos abandonar o plenário”, afirmou.

Começo do júri

Logo quando os trabalhos foram iniciados, a defesa já começou a mostrar que iriam tumultuar o julgamento. Entre pedidos, ameaças de recurso e exposições orais, o advogado Ércio Quaresma tomou a frente. A primeira polêmica foi em relação aos acessos às filmagens. A juíza Marixa Rodrigues esclareceu que essas imagens sempre estiveram disponíveis para as partes e que “cada vírgula dita pelas testemunhas” foi reduzida a termos e está presente no processo.

Quaresma insistiu que precisa fazer cópias para ter acesso à fala das testemunhas com fidelidade. A magistrada falou que o pedido para copiar as imagens não foi feito em dois anos de processo e, por fim, cassou a fala do advogado.

Até mesmo uma cadeira foi motivo de polêmica. Os advogados Rui Pimenta e Ercio Quaresma chegaram a discutir sobre o o local onde iriam se sentar. Depois de um tempo de conversa, os dois acabaram se acertando.

Ameaça de deixar o júri

O primeiro a falar, quando o júri comecou oficialmente, foi o advogado do goleiro Bruno Fernandes, Rui Pimenta. Ele afirmou que é imprescindível a presença da testemunha chave, o primo de Bruno, J.L. que era menor na época do crime. Ele não compareceu ao fórum, porque é testemunha protegida e não pode aparecer em público.

O segundo a falar foi Ércio Quaresma, que defende o ex-policial civil Marcos Aparecido dos Santos, o Bola. Ele entregou a defesa e disse que sairia do processo. A juíza disponibilizou defensores públicos, presentes na sessão, para defender Bola – levando em conta que Quaresma, muito revoltado, abriu mão dos trabalhos. O advogado Fernando Magalhães, também defensor do réu, tentou mediar com a juíza a questão do abandono, mas não conseguiu. Quaresma chegou a deixar o local mas, como sua saída não foi oficializada, ele poderá voltar.

Também há indícios que a defesa de Luiz Henrique Romão, o Macarrão, vai abandonar o julgamento. Se os defensores realmente deixarem o caso, o processo pode ser desmembrado.

Para um dos advogados de Bruno, Rui Pimenta, se Macarrão e Bola forem julgados separadamente, não haverá nem prejuízo e nem benefício a defesa do goleiro.

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