Jornal Estado de Minas

Promotor diz que primeiro de júri dia foi bom para a acusação


O primeiro dia de julgamento foi considerado bom pelo promotor Henry de Castro. Para ele, o depoimento de Cleiton da Silva Gonçalves, ex-motorista de Bruno Fernandes, foi importantíssimo para o restante dos trabalhos. Tanto que, nesta terça-feira, poderá, haver acareação entre o interrogado e uma testemunha que estava presente na primeira vez em que o ex-motorista do goleiro Bruno falou com a Polícia Civil. Na ocasião, Cleiton afirmou que tentou entrar na sede do sítio do atleta, durante uma festa do time 100%, mas foi impedido pelo goleiro, pois Eliza Samudio estava no local. Hoje, Cleiton afirmou que prestou esse depoimento sob pressão.

“Hoje ele afirmou, como já prevíamos, que esse depoimento teria sido tomado sob algum tipo de constrangimento. Prevendo isso já arrolamos uma das testemunhas da colheita do testemunho do Cleiton, sabedores que aquele testemunho foi colhido de maneira isenta e idônea”, afirmou o promotor. A testemunha arrolada foi identificada como João Batista. Não foi informado se ele é um policial ou apenas uma pessoa que acompanhou os depoimentos.

Veja as imagens do primeiro dia de julgamento

Nesse primeiro depoimento, Cleiton relatou que durante uma pelada entre amigos em 8 de junho de 2010, no interior do sítio em Esmeraldas, na Grande BH, ele se dirigiu até a sede para tomar um banho.
Ao chegar no imóvel, foi barrado por Bruno. Questionado por Cleiton, o atleta apontou impedimento para entrar no imóvel, pois ali se encontrava Eliza Samudio e que as pessoas presentes não poderiam vê-la. Neste momento, o ex-motorista teria aconselhado Bruno a não matar Eliza. O atleta teria respondido que a "merda" (sic) já estava feita.

Durante o depoimento o ex-motorista de Bruno, segundo o promotor, trouxe elementos que não tinha sidos divulgados anteriormente. “Ele confirmou parte dos depoimentos do menor Jorge. O veículo Land Rover que foi apreendido dois dias antes do assassinato de Eliza Samudio, onde foram encontradas manchas de sangue da vítima pela Polícia Civil, aquele veículo estava sendo levado para lavagem de óleo diesel. Conforme ficou demonstrado pericialmente já teria sido lavado a água e as machas de sangue não havia sido removidas com sucesso.
Os acusados, portanto, pretendiam com aquele estratagema impedir que o sangue fosse identificado, conforme ficou constatado no veículo adiante”, explicou o promotor.

Após a acareação prevista para esta terça-feira, caso os jurados entendam que Cleiton mentiu no interrogatório, ele poderá ser responsabilizado criminalmente. “Se ficar comprovado que ele mentiu, será questionado aos jurados, após o julgamento dos réus, se aquela testemunha teria em tese cometido o falso testemunho. Se os jurados responderem que sim, a juíza ordenará a instauração de inquérito policial”, disse Henry de Castro.

Fotos de pornográficas de Eliza

Os advogados do ex-policial civil Marcos Aparecido dos Santos, o Bola, e de mais um réu, anexaram fotos pornográficas de Eliza Samudio no processo. Um pouco antes dos depoimentos, o promotor pediu que essas imagens fossem retiradas dos autos, o que foi acatado pela juíza Marixa Rodrigues. “Entendemos que essa vitima, que foi assassinada e teve seu corpo tornado em cacos, não poderia agora ter sua memória vilipendiada e achocalhada pela defesa dos réus. Está em julgamento os réus e não a vítima”, indagou.

A juíza também dispensou o testemunho do delegado Edson Moreira, mas acatou ouvir as delegadas Ana Maria Santos e Alessandra Wilke. Foram as duas que fizeram o transporte do goleiro Bruno do Rio de Janeiro para Belo Horizonte. Dentro do avião, o atleta foi filmado afirmando que o amigo Luiz Henrique Ferreira Romão, o "Macarrão", é o único responsável pelo sumiço de Eliza..