O promotor Henry de Castro avaliou como positivos os fatos ocorridos neste segundo dia de julgamento do goleiro Bruno Fernandes e outros dois réus acusados de envolvimento no sequestro e morte de Eliza Samudio. Para ele, manobras dos réus e de seus defensores não comprometeram o júri e ressaltou o respaldo da acusação nas provas documentadas no processo.
O representante do Ministério Público destacou que a nova mudança na defesa do ex-atleta foi uma manobra do próprio réu. "Muito perceptivelmente a defesa do Bruno foi tomada de surpresa. Penso que esta estratégia partiu exclusivamente do próprio acusado com sua índole manipuladora", disse. Para ele, o objetivo do goleiro seria ser julgado separadamente de Macarrão para que, caso o amigo de infância seja absolvido, seu julgamento seja realizado de forma mais amena.
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Antes de assumir caso, advogado sugere que Bruno e Macarrão confessem crimeMesmo com pai fora do Tribunal, filha de Bola tenta acompanhar júri mas é impedida Novo advogado de Bruno assume e já está no Fórum em ContagemAmbulantes aproveitam movimentação no julgamento do Caso Bruno para faturarPromotor diz que segundo dia de julgamento será focado nas testemunhasQuestionado se o pouco domínio dos autos do processo por parte dos advogados que foram constituídos recentemente pelos réus, especificamente o novo defensor de Bruno, Tiago Lenoir Moreira, poderá ajudar a acusação, ele foi enfático ao afirmar que não. "O que facilita o trabalho da promotoria de justiça não é quem está defendendo os réus. O que facilita o trabalho da promotoria é o trabalho sério do Ministério Público na defesa da sociedade no conhecer, sobretudo, das provas do processo", garantiu.
Sobre as provas, o promotor Henry de Castro ressaltou que a promotoria tem provas suficientes para condenar todos os réus.
Testemunhas de defesa em cheque
De acordo com o promotor Henry de Castro, a acusação já está tomando providências em relação às testemunhas da defesa que foram flagradas infringindo a norma de permanecerem incomunicáveis até serem ouvidas no tribunal. Pretende a promotoria de Justiça, primeiramente, que estas pessoas, diante da quebra de sua incomunicabilidade, não sejam mais inquiridas pelo juzo, e que caso forem "que sejam ouvidas sem tomada de compromisso de dicçao da verdade”, esclareceu.
Nesta terça-feira Elenilson Vitor da Silva, que além de testemunha neste júri também é réu no processo e será julgado em outra data, foi flagrado no hotel onde está recluso fazendo uso de aparelho celular. Policiais militares que prestam apoio aos oficiais de Justiça que acompanham testemunhas e juradas no hotel procederam então uma busca e localizaram celulares com outras cinco pessoas arroladas pela defesa. “Podemos até cogitar que se trate de mais uma armação da própria defesa para provocar o adiamento, a suspensão ou o desmantelamento deste julgamento”, sugeriu o promotor. Ele garantiu que o ocorrido não promoverá a anulação do júri.
Castro destacou ainda que não restam testemunhas da acusação para serem ouvidas e que há aproximadamente 15 testemuhas arroladas pela defesa, que devem ser ouvidas antes dos réus serem interrogados.
Depoimento chave
A última testemunha ouvida neste segundo dia de júri foi o presidiário Jailson Alves Rodrigues, cujo relato é apontado pela acusação como primordial para elucidação do crime. Ele conviveu com o ex-policial Marcos Aparecido dos Santos, o Bola, na Penitenciária Nelson Hungria e garante que ouviu do acusado a afirmação de que o corpo de Eliza Samudio foi tornado cinzas, que foram lançadas em uma lagoa.
O promotor Henry de Castro salientou que as declarações de Jailson são “extremamente relevantes”. Segundo ele, elas ratificam o suposto envolvimento de Bruno e Macarrão com o tráfico de drogas em Ribeirão das Neves. Uma das hipóteses sobre a execução de Samudio é queima de arquivo, por ela saber do atuação da dupla no narcotráfico.
Os advogados de defesa tentaram desqualificar o testemunho de Jailson com base na vida pregressa dele. “Jaillson não é Madre Tereza de Calcutá, nem Irmã Dulce dos Pobres. É uma pessoa que está presa e justamente em razão de sua condição de preso e convivente do Bola no ambiente prisional é que obteve do próprio Bola notícias do modo como o corpo de Eliza foi destruído e teve seus restos ocultados”, ponderou..