O promotor Henry Wagner Vasconcelos de Castro, que ficou conhecido pela atuação no caso Bruno, sempre se destacou pelo rigor e pela dedicação. Nascido em Natal (RN), ele ingressou no Ministério Púbico de Minas, em 16 de agosto de 2004. Antes de ser transferido para Contagem foi promotor em cinco comarcas no interior e atuou em mais de 300 julgamentos do Tribunal do Júri.
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"Bruno já está condenado", diz promotorMacarrão pode passar ao regime semi-aberto em pelo menos três anosA crônica da condenação de Fernanda e MacarrãoÁlbum queimado de Bruninho vira prova contra réus do processoFernanda e Macarrão se abraçam após serem condenadosDefesa de Macarrão vai analisar se recorrerá da sentençaMacarrão e Fernanda são condenados pelo Júri Popular em ContagemEm palestra, promotor do caso Bruno alerta sobre risco dos criminosos dominarem o paísAdvogados de Bola pedem na Justiça a anulação de júri de Macarrão e FernandaO testemunho é do advogado e ex-professor dele Paulo Lopo Saraiva, de 74 anos. “O Henry sempre foi um jovem muito brilhante e muito bom orador. Tanto é que eu mesmo pedia para ele fazer palestras para os outros alunos”, relata Saraiva, doutor em direito constitucional pela Universidade de Coimbra (Portugal).
Henry trabalhou como advogado de bancos e em 2002 tornou-se procurador da Procuradoria-Geral Federal, vinculada à Advocacia-Geral da União. No MP de Minas, iniciou na carreira de promotor em Resplendor, no Leste do estado, em 2004. Passou por São Francisco, no Norte, Diamantina, na Região Central, e Itabira, no Vale do Aço. Em 2008, assumiu o Tribunal do Júri em Montes Claros, onde permaneceu até junho, quando foi transferido para Contagem e assumiu o caso Bruno.
“É um promotor dedicado ao ofício, que não se envolve em questões políticas”, afirma o juiz Isaias Caldeira Veloso, da 1ª Vara Criminal de Montes Claros, onde atuou em julgamentos de traficantes. Ele conseguiu também a condenação de dois jovens que mataram um casal durante um pega em uma das avenidas mais movimentadas da cidade, em dezembro de 2003.
Henry assumiu a acusação em julho, mas desde março já procurava se aprofundar.
Atuação no júri
Vasconcelos diz que gostou da atuação no Tribunal do Júri de Contagem. Do experiente promotor Francisco Santiago, que acumula 1.653 júris em 20 anos de Ministério Público, mereceu nota 10. A encenação e as palavras divididas em sílabas para enfatizar uma ideia motivaram cumprimentos de advogados, defensores públicos e estudantes de direito nos intervalos. Na abertura dos debates, Henry citou Carlos Drummond de Andrade, com o poema Os homens suportam o mundo.
Em casa, o torcedor do América-RN, com simpatia pelo Atlético Mineiro, filho de militar reformado, planeja ser pai. Aos 35 anos, tem menos de dois anos de casamento com uma psicóloga, a quem teve que contar detalhes do interrogatório de Macarrão, que acabou às 4h de quinta-feira, antes de dormir um pouco, das 7h30 às 10h45. Ainda assim, sequer parecia cansado. E mantinha o cabelo impecavelmente arrumado.
Três perguntas para Francisco de Assis Santiago promotor de justiça
O que o senhor achou da atuação do promotor Henry Wagner Vasconcelos?
Esse menino é muito bom. A defesa poderia ficar um mês falando que não conseguiria reverter tudo o que ele apresentou ao conselho de sentença.
Qual o ponto de maior destaque?
Contra ele pesava o fato de não existir cadáver, mas seu trabalho foi técnico. Eu coloco folhas soltas, para não ter que procurar, mas ele sabia de cabeça volumes e páginas e chegou ao final sem errar, mostrando que estudou. Trabalhar com prova testemunhal é muito fácil, mas o cruzamento de telefones é difícil de fazer e ninguém costuma usar muito. Ele mostrou o que aconteceu desde o Rio de Janeiro até Minas Gerais e fez um trabalho extraordinário. Foi melhor técnica do que emocionalmente, mas cumpriu muito bem seu trabalho.
O promotor criticou alguns advogados. Como o senhor avalia essa postura?
Ele não fez uma crítica à Ordem dos Advogados, mas à falta de providências ao comportamento antiético e desrespeitoso do advogado Ércio Quaresma. Não dá para analisar as frases dele soltas, porque fazem parte de um contexto, que é verdade. .